Segundo os organizadores do evento, 60 mil torcedores estavam presentes nesta terça-feira. O jogo com mais torcida foi contra o Japão, quando cerca de 60 mil pessoas compareceram ao Vale. Contra a Austrália, em um domingo, 25 mil saíram de suas casas para assistir ao jogo no centro de São Paulo. Na estréia do Brasil na Copa, contra a Croácia, foi registrada a presença de 40 mil pessoas.
Trânsito livre
Meia hora antes do jogo do Brasil contra Gana, pelas oitavas de final da Copa, São Paulo estava praticamente sem trânsito. Às 11h30, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou 7 km de lentidão. A média do horário é de 43 km. No primeiro tempo do jogo, às 12h30, a CET não registrou nenhum quilômetro de lentidão. A média para o horário é de 71 km de vias congestionadas.
Durante a manhã, o índice chegou a apenas 3km. Devido ao horário do jogo, muitas empresas decidiram não liberar seus funcionários durante o expediente, o que segundo a CET, teve reflexo no baixo índice de trânsito. Quem está no trabalho não teve que ir para casa e escapou do trânsito. As pessoas que já estão em casa, apenas se preparam para assistir ao jogo.
Na primeira partida, meia hora antes do jogo (15h30) a capital paulista registrou um congestionamento três vezes maior que a média registrada nesse horário às terças-feira e o quarto pior do ano no período da tarde.
Os mercados brasileiros também têm uma pausa prolongada na hora do almoço para assistir ao jogo do Brasil. O pregão eletrônico da Bolsa de Valores de São Paulo interrompeuos negócios entre 11h45 e 14h30. O mercado de dólar à vista fez uma pausa no pregão entre 11h30 e 14h30 e os negócios na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) param no mesmo período.
“O mercado está super parado“, comentou Alexandre Vasarhelyi, responsável por câmbio do banco ING, brincando que a preocupação deste momento é o jogo do Brasil.
A prefeitura não dispensou o rodízio nesta terça. Carros com placa final 3 e 4 não circulam.
Rio
No Rio, servidores estaduais e municipais não estão trabalhando nesta terça, porque têm ponto facultativo. Os servidores da União trabalharam só até as 11h. Ao contrário dos demais jogos do Brasil, a menos de uma hora da partida, o trânsito fluía normalmente.
Isso pode ser explicado pelo fato de as outras duas partidas em dias úteis terem sido às 16h (horário de Brasília), e muitas pessoas terem sido dispensadas mais cedo, para assistir ao jogo em casa.
Até mesmo o polêmico caso Varig foi arquivado até quarta-feira por causa do jogo, apesar de sua urgência. Com a Justiça fechada por ser ponto facultativo, nem a assessoria de imprensa da companhia funcionou nesta terça e credores como Infraero, que todo dia faz boletim sobre o cancelamento dos vôos da companhia, encerrou os trabalhos às 11h.
Já a BR Distribuidora, outra credora de olho nas operações da empresa, interrompe os trabalhos para ver o jogo mas retorna em seguida, a tempo de informar se haverá combustível para a Varig na quarta-feira.
Houve empresas privadas na capital fluminense que decidiram dar folga a seus funcionários. Numa construtora carioca, os cerca de 200 funcionários da área administrativa e das obras que foram liberados do trabalho por causa da partida, terão que compensar o dia de folga.
“Chegaram a cogitar a possibilidade de alugar um auditório, mas acharam melhor liberar os funcionário porque teria que ser um local muito grande para tanta gente“, afirmou a arquiteta Raquel Mourão.
No escritório de uma multinacional do setor de petróleo, no Rio, os funcionários também foram liberados com a condição de se manterem conectados a seus laptops durante o horário comercial.
“Acho que foi uma boa idéia da empresa porque em dia de jogo do Brasil ninguém se concentra no trabalho. Em casa, a pessoa fica mais relaxada, mas sabe de suas obrigações“, disse o engenheiro Luís Cláudio da Silveira.