O primeiro Centro de Medicina Tropical do Estado já está em funcionamento em Várzea Grande. O espaço iniciou na última segunda-feira (04.08), os atendimentos aos portadores das chamadas doenças tropicais, como por exemplo, chagas, febre amarela, leishmaniose, malária, tuberculose e hanseníase, essas últimas, as de maior incidência na cidade.
O secretário de Saúde, Reinaldo Della Pasqua, destaca que os pacientes não ganham apenas com as amplas instalações do Centro, mas em qualidade de atendimento. “Os portadores de hanseníase e tuberculose, por exemplo, eram atendidos no Postão, em salas pequenas e num espaço improvisado. Agora, além dos consultórios e todas essas divisões que existem aqui no Centro, outras obras, como sala de curativos, pequenas cirurgias e a sapataria, vão atender plenamente às demandas desses pacientes. Tínhamos de fazer essa transferência de espaço e por isso, as adaptações ao Centro continuam. Essa mudança é algo pioneiro na saúde pública estadual”, explica.
O Centro inicia atendimento às 6h30 e segue até 17h. Dermatologista e pneumologista estão à disposição para atendimentos, junto a uma equipe multiprofissional com fisioterapeuta, enfermeiros, assistente social e técnicos em enfermagem.
Della Pasqua lembra ainda, que recentemente, mais de 100 profissionais da saúde municipal foram capacitados para o atendimento aos portadores de tuberculose e hanseníase. “Temos uma média de 80 a 90 atendimentos diários em tuberculose e hanseníase”, completa.
O secretário explica que a demanda para tratamento específico dessas doenças vem aumentando e que ambas, dependem e muito, do nível de comprometimento do paciente. “No caso da tuberculose, muitos interropem o tratamento e chegam a óbito”.
De acordo com a coordenadora do Programa de Controle da Hanseníase e Tuberculose no Município, Lizete Maria da Rosa, existem em tratamento 91 pacientes com tuberculose e 187 com hanseníase. Números que segundo ela são bastante flutuantes, já que muitos se ausentam dos tratamentos e novos diagnósticos são confirmados a cada dia.
SAPATARIA – O secretário de Saúde destaca que o maior ganho aos portadores de hanseníase será a construção da sapataria, anexo ao Centro de Medicina Tropical. Um convênio com uma empresa alemã vai permitir a confecção de sapatos especiais a estes pacientes, que num estágio da doença começam a ter deformidades nos pés, uma conseqüência da evolução da hanseníase. “Ter acesso aos sapatos adequados, será um dos maiores ganhos desses pacientes, por isso insisto, o Centro representa qualidade de vida aos pacientes, principalmente, da hanseníase e da tuberculose, tratamento esse que vai além de medicação e acompanhamento”.
ATENÇÃO – Todos os portadores de hanseníase e tuberculose, que até então eram atendidos e acompanhados nos Centro de Especialidades Médicas, o Postão, devem procurar a nova unidade localizada na rua Benedito Monteiro, s/n, a primeira rua à direita do segundo banco Bradesco, da Avenida Couto Magalhães.