Lei italiana proíbe manifestações que façam analogia ao fascismo, porém, ela raramente é aplicada
Centenas de pessoas foram as ruas de Predappio, na Itália, neste domingo, 30, homenagear o ditador Benito Mussolini em comemoração aos 100 anos da “Marcha sobre Roma”, que marcou a ascensão ao poder dos fascistas na Itália. Estimativas oficiais apontam que cerca de duas mil pessoas estavam presentes, nesta pequena cidade da Emilia-Romagna, no norte da Itália, onde o ditador também está enterrado. O túmulo de Mussolini tornou-se um local de peregrinação e é visitado todos os anos por dezenas de milhares de visitantes. “Depois de 100 anos, ainda estamos aqui para homenagear o homem que este estado queria e que nunca deixaremos de admirar”, disse Orsola Mussolini – bisneta do ditador -, sob aplausos, informou a agência Associated Press. Neste domingo, alguns de seus apoiadores expressaram seu apoio ao novo governo liderado pela líder de extrema-direita Giorgia Meloni, que ajudou a criar o partido Irmãos da Itália há 10 anos. O partido político tem raízes neofascistas. No entanto, durante seu primeiro discurso ao parlamento esta semana, a nova primeira-ministra disse que nunca sentiu “qualquer simpatia ou proximidade com regimes antidemocráticos, incluindo o fascismo”. Embora a lei italiana proíba a apologia do fascismo, raramente é aplicada. Na sexta, o dia exato da Marcha sobre Roma, ativistas antifascistas realizaram uma marcha em Predappio para marcar o aniversário da libertação da cidade, e evitar que os fascistas marchassem no exato aniversário.
JovemPan