O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, e o ministro do Esporte, Orlando Silva, tinham um discurso afinado em 2007: não haveria dinheiro público na reforma ou na construção de estádios para a Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil. Mas a ficção sucumbiu à realidade.
Em entrevista para o jornal O Estado de S. Paulo, Ricardo Teixeira deixou claro que recursos públicos serão injetados em pelo menos oito dos 12 estádios que vão ser reformados ou construídos para o Mundial. “Esses estádios são do governo. Necessariamente, (a reforma deles) vai ter que envolver governo”, explicou.
Ricardo Teixeira também comentou que sobre o novo projeto de reforma do Morumbi, que será apresentado a uma comissão da Fifa, em seminário entre os dias 17 e 21 de agosto, no Rio. Para atender as exigências da entidade, houve adaptações na localização da tribuna de imprensa e no estacionamento, enquanto o nível da arquibancada teve de subir.
Calendário
O presidente ainda admitiu que o calendário do futebol brasileiro deve se adequar ao da Europa. Na entrevista, Ricardo Teixeira contou que já iniciou conversações com a TV Globo, detentora dos direitos de transmissão do Brasileirão, e com os dirigentes dos clubes para propor as mudanças de datas.
Teixeira reforçou ser favorável à adaptação do calendário brasileiro ao do futebol europeu, explicando que o ideal seria que um eventual novo calendário fosse posto em prática já em 2010, para coincidir com o ciclo da Copa do Mundo. Mas reiterou mais de uma vez que a decisão não depende apenas da CBF. “Não posso resolver o problema com uma canetada”, avisou o dirigente.
Ele disse ainda que a alteração no calendário do futebol brasileiro envolve outra série de questões, como aspectos característicos de algumas regiões do País. “Toda vez que tem GP de Fórmula 1 em São Paulo não pode ter jogos. No carnaval do Rio também existe essa dificuldade. Há datas festivas no Nordeste que podem ser obstáculos também”, enumerou Ricardo Teixeira.
IGEsp