“Realmente, nós temos que pensar na família, mas na família da vítima, na família que sofreu a agressão, é nessas famílias que nós temos que pensar”
ALTNOTÍCIAS
O Projeto de Lei nº 242/2025 apresentado na Sessão Ordinária desta quarta-feira, 19/02, da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT) pelo deputado Eduardo Botelho (UB), que visa proibir visita íntima a presidiário assassino de mulher, ganhou a adesão e apoio de outros parlamentares, entre eles o deputado Gilberto Cattani (PL).
Ao Altnotícias, Cattani, que teve a filha Raquel, brutalmente assassinada pelo ex-marido em 2024, afirmou que não só apoia como vai ajudar na aprovação do PL. Ele classificou de absurda as mordomias dadas a criminosos, sobretudo, aos que cometeram crimes bárbaros contra crianças e mulheres.
“A minha opinião é que realmente é um absurdo você permitir que uma pessoa que estuprou uma mulher ou uma criança, como foi citado ali em plenário, possa ter uma visita íntima”, frisou o parlamentar.
O deputado pontuou e criticou o posicionamento de integrantes de judiciário que ao defender mordomias nos presídios, dizem estar preocupados com a família do presidiário. “Nós tivemos recentemente um desembargador dando uma declaração de que nós temos que pensar nas famílias. E realmente, nós temos que pensar na família, mas na família da vítima, na família que sofreu a agressão, é nessas famílias que nós temos que pensar”, enfatizou Cattani ao considerar que esses camaradas – criminoso presidiários – não podem ter regalias dentro do sistema prisional. “Agora, o cara que faz uma barbaridade dessa, querer manter sua família aqui pro lado de fora e receber a sua esposa ou sua namorada pra ter uma visita íntima na cadeia, isso é um absurdo no meu entendimento. Pelo contrário, eles têm que entender que o sistema prisional é realmente uma coisa ruim e que não pratique esse tipo de crime”, ressaltou Gilberto Cattani. “Enquanto eles verem impunidade nisso, que eles podem ir para uma cadeia como se fosse um hotel e depois como se fosse um motel, aí nós estamos enrolados”.
Durante a apresentação do PL, vários deputados usaram a Tribuna para expressar apoio e alguém criticou a ideia de castração química, afirmando que não resolve o problema da violência sexual. Cattani rebate e expõe seu ponto de vista: “Eu desafio qualquer um aqui. A química eu também não concordo. Eu concordo com aquela tradicional. Capa o primeiro, você vai ver se vai ter outro para fazer. Duvido”, disse o político.
Ainda durante os discursos em relação ao Projeto, teve deputado que defendeu prisão perpétua e até pena de morte para feminicida, estuprador e pedófilo. O deputado Cattani disse acreditar que há uma mudança em curso, de mentalidade e na linha de pensamento de alguns políticos que instem em defender criminoso. “Eu acredito que sim. Nós temos ainda muita gente defendendo vagabundo, tem sim, mas isso está mudando. Essa percepção a gente sente tanto aqui na Casa de Leis Estadual como na Federal, que nós temos muitas pessoas que já têm esse entendimento. No meu entendimento, a gente tem que ter isso no nosso país, crime é bárbaro tem que ter pena de morte, tem que ter prisão perpétua, tem que ter penas duríssimas para quem agrida a sociedade. E temos que ter um olhar mais benéfico para quem sofre com isso, a vítima”, finalizou o parlamentar.
Por Jota Passarinho