A garantia de tratamento na rede pública de saúde foi responsável por reduzir em 16% os casos de infecção pelo vírus HIV nos últimos quatro anos em todo o Brasil. Além disso, em 2017, o País registrou a maior queda da mortalidade após a introdução do coquetel, em 1995. Os números constam no novo Boletim Epidemiológico apresentado pelo Ministério da Saúde, durante cerimônia da campanha que celebra 30 anos do Dia Mundial de Luta contra a Aids.
“Esse é um momento de comemorar as conquistas, avanços no tratamento e redução de óbitos, mas também de refletir e trabalhar pela conscientização. Precisamos pensar em como vamos avançar a partir daqui. A prevenção é o grande segredo para a melhoria da saúde da população brasileira”, afirmou o ministro da Saúde, Gilberto Occhi.
Durante o lançamento da campanha, o secretário de vigilância em saúde do ministério, Osnei Okumoto, anunciou que o Sistema Único de Saúde (SUS) vai oferecer, a partir de 2019, o autoteste para detecção do vírus HIV. Em um primeiro momento, serão disponibilizados 400 mil autotestes nas unidades de saúde que já oferecem teste rápido. O Ministério da Saúde realizou projeto-piloto de distribuição em algumas cidades. Atualmente, apenas a rede privada de saúde disponibiliza autotestes.
Resultado positivo
De 1980 a junho de 2018, foram identificados 926.742 casos de Aids no Brasil, um registro anual de 40 mil novos casos. Em 2012, a taxa de detecção da doença era de 21,7 casos por cada 100 mil habitantes e, em 2017, foram 18,3, queda de 15,7%. Em quatro anos também houve queda de 16,5% na taxa de mortalidade pela doença, passando de 5,7 por 100 mil habitantes em 2014 para 4,8 óbitos em 2017.
Bebês recém-nascidos, que podem ser infectados por mães portadoras do HIV, também estão mais protegidos. Nos últimos sete anos, houve uma redução de 56% nos casos de contaminação das crianças expostas. O aumento da testagem na Rede Cegonha contribuiu para a conquista. “A participação do grupo multiprofissional dentro dos municípios é importante para que a gente tenha o tratamento dessas mães pacientes e a realização de partos cesarianas, para que não haja transmissão do vírus para recém-nascidos”, destaca Okumoto.
Luta mundial
O Ministério da Saúde lançou uma plataforma online na qual usuários deixaram mensagens de apoio para pessoas que vivem com HIV. Colchas com as mensagens foram impressas e dispostas no gramado da Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O ato lembra outro, 30 anos antes, em Washington, nos Estados Unidos, quando ação semelhante foi feita em frente ao capitólio.
A principal mensagem da campanha é o alerta de que a Aids não acabou, segundo a diretora do Departamento de Vigilância Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais, Adele Benzaken. Ela destaca a necessidade da prevenção, por quem ainda não é portador do vírus, mas também da adesão ao tratamento por aqueles já infectados, como forma de garantir a sobrevida. “Há pessoas que já tomam remédio há 25 anos e estão há 20 com carga viral indetectável. É importante lembrar dessas pessoas, pois os indetectáveis não transmitem HIV, e isso é importante para quebrar o estigma e o preconceito”, ressalta Adele.
Fonte: Governo do Brasil, com informações do Ministério da Saúde