A casa do vendedor Sidnei Magalhães, de 40 anos, foi perfurada à bala ontem de madrugada. Criminosos atiraram quatro vezes contra a porta da casa, localizada na rua Espírito Santo, no bairro CPA II, em Cuiabá. Um dos tiros atravessou o vidro e foi parar numa parede a sete metros de distância da porta. Os tiros, de calibre 9mm, foram disparados por volta das 2h30min e abriram um enorme buraco na parte metálica da porta assustando os vizinhos.
Segundo o vendedor, os tiros seriam um recado para o irmão dele, Sebastião que não estava na casa. Ex-funcionário de uma empresa de comercialização de verduras da Capital, Sebastião foi vítima de tentativa de homicídio ocorrida no mês passado. O motivo seria o testemunho de Sebastião numa ação trabalhista que uma colega dele moveu contra a empresa.
A arma usada, conforme a Polícia, é de uso restrito para policiais, não sendo, portanto, comercializada. Além disso, os tiros foram disparados do portão, cerca de três metros longe da porta. “Quem atirou na porta é bom de mira e atirou com muita habilidade. Não é para qualquer um”, observou um policial da Delegacia do Complexo do Verdão que investiga o atentado.
Como os tiros ocorreram durante a madrugada, os policiais não localizaram nenhuma testemunha. Os vizinhos não souberam informar se ouviram algum barulho de automóvel antes ou mesmo depois dos disparos.
“Meu irmão foi testemunha no dia 7 de junho. No dia seguinte, percebeu que estava sendo seguido. No dia 9, às 10h30min, foi baleado na perna. Mesmo ferido, conseguiu caminhar uns sete metros, até minha casa”, relatou ontem de manhã, o vendedor.
Sebastião explicou que trabalhou na empresa até maio. Na ocasião foi despedido e entrou com uma ação na justiça trabalhista. No mês seguinte testemunhou a favor de uma colega que ganhou a causa que moveu contra a empresa. “E não foi um valor alto. São 9 mil, um valor que a empresa pode pagar. Não sei porque estão atrás de mim. Só pode ser isto”, interpretou. A ação trabalhista de Sebastião ainda não foi julgada.
No final da manhã, peritos do Instituto de Criminalística (IC) estiveram na casa fazendo o trabalho de perícia no local. As cápsulas no entanto não foram localizadas.
A delegada Valéria Pimenta ouviu Sebastião na semana passada que confirmou as suspeitas contra a empresa na qual trabalhava. A vítima, no entanto, não soube informar quem atirou contra ele. “Aconteceu de manhã. Eu fui ao mercado comprar peixe e na volta ouvi um barulho e uma pontada forte na perna. Então, consegui caminhar até minha casa”, explicou.