Um carro-bomba explodiu na frente das instalações da gigante de comunicações Televisa, no Estado mexicano de Tamaulipas, na sexta-feira, sem deixar feridos. O atentado ocorreu no mesmo Estado em que foi feita a descoberta nesta semana de 72 corpos de vítimas de narcotraficantes. A polícia mexicana diz que pelo menos uma das vítimas era brasileira, mas o consulado do Brasil no México disse ao G1 na tarde desta sexta-feira (27) que ainda não conseguiu confirmar a informação.
Em uma aparente campanha de intimidação contra os meios de comunicação, o veículo explodiu a alguns metros da entrada dos estúdios da Televisa, situada em uma zona residencial da capital do Estado, Ciudad Victoria, 350 quilômetros ao sul da fronteira com o Texas.
Ninguém ficou ferido, foram registrados apenas danos a outros veículos estacionados na mesma rua.
Esse é o segundo carro-bomba que explode em Ciudad Victoria em agosto. No início do mês foram detonados explosivos dentro de um veículo no estacionamento da delegacia de polícia. Na ocasião, também ninguém ficou ferido.
Militares e policiais federais cercaram a área, enquanto o sinal do canal de TV foi interrompido após o ataque.
“Confirmamos: à 0h18 de hoje (sexta) explodiu um carro-bomba nos estúdios da Televisa Ciudad Victoria, Tamps”, disse o apresentador de notícias da Televisa, Carlos Loret de Mola, no Twitter.
Nenhum grupo reivindicou a autoria do ataque nem estava claro que tipo de explosivos foram utilizados nem a forma como foram detonados.
Em meados de julho, outro carro-bomba explodiu em Ciudad Juárez, no primeiro ataque do tipo registrado no governo do presidente Felipe Calderón, em uma agressão dirigida aos policiais federais. Quatro pessoas morreram.
Investigador assassinado
Tamaulipas converteu-se no cenário de alguns dos episódios mais violentos relacionados ao narcotráfico em meio à disputa por rotas e territórios do cartel do Golfo com o grupo rival, Los Zetas.
Nesta semana autoridades encontraram em um rancho do Estado 72 cadáveres de imigrantes da América Central e da América do Sul que foram assassinados por narcotraficantes ante a negativa de se unirem às atividades criminosas, de acordo com o depoimento de um sobrevivente do massacre.
Um agente do Ministério Público que investigava o massacre – o maior desde que o governo lançou uma campanha contra os cartéis do narcotráfico – apareceu morto na sexta-feira um dia após seu desaparecimento, informou o jornal “El Universal”.
No popular balneário de Acapulco, no Pacífico, foram encontrados em diferentes pontos corpos de 14 pessoas executadas, todos amordaçados, e acompanhados de mensagens dirigidas a narcotraficantes rivais, disse um porta-voz da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Guerrero.
Em meio à onda de assassinatos pela violência do narcotráfico, mais de 28 mil pessoas foram mortas em todo o país, incluindo civis inocentes, desde dezembro de 2006.
O presidente Calderón disse nesta sexta-feira que seu governo continuará enviando forças federais a Estados e municípios “para conter a ação dos criminosos”, como parte das operações antidrogas lançadas há quase quatro anos.