domingo, 22/12/2024
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Carne maquiada em embalagem enganosa

Quando lesado ou ludibriado por algum serviço ou produto, para onde você se dirige? Os caminhos convencionais – Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), Ouvidorias e Procon – funcionam, mas fazem pouco barulho. Para conscientizar as empresas, alertar os amigos, trazer a discussão à tona ou só se vingar mesmo, muitos clientes recorrem às redes sociais e fazem suas reclamações.

 

O alerta e a conscientização foram os motivos do professor doutor em Filosofia Haroldo Arruda Junior, de Cuiabá (MT). Sua mulher Sabrina e ele gravaram a abertura de um pacote de carne da rede de supermercados Extra. Embaixo das belíssimas tiras de carne “sem uma gordurinha”, como diz a mulher no vídeo, um amontoado de retalhos e rebarbas da peça de alcatra.

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Em entrevista ao iG, Arruda Junior contou que não esperava essa prática do supermercado. “Nós abrimos o primeiro, vimos que estava assim, então ela sugeriu que nós abríssemos o outro gravando”, diz. “Dá para ouvir no vídeo o quanto eu fiquei espantado, eu achei que aquela maquiagem na primeira bandeja fosse um evento isolado.”

Ele postou o vídeo no seu Facebook, marcando a amiga, que trabalha no Procon-MT. Rapidamente, o professor da Universidade Federal do Mato Grosso recebeu apoio de seus amigos, colegas, alunos e estranhos. Na rede, o vídeo já tem quase 13 mil compartilhamentos.

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O vídeo viralizou e Arruda Junior virou celebridade virtual. “Eu publiquei o vídeo para documentar e mostrar quando uma empresa é desleal com a gente”, diz. “Eu não costumo reclamar de serviços ou produtos, mas é um fato que truques para enganar o consumidor não cabem mais nos dias de hoje.”

Extra procurou o cliente na semana seguinte

O gerente da unidade do Extra mencionada no vídeo entrou em contato com Arruda Junior uma semana depois, pediu desculpas, ofereceu a troca do produto e uma visita no setor de embalagem da empresa. Mas também solicitou que o cliente postasse um texto reproduzindo as palavras de desculpa do Extra. “Eu fiz porque não tenho a intenção de prejudicar ninguém”, explica. “Um cabelo no seu prato é uma fatalidade, agora aquela embalagem foi mal intencionada.”

O professor acredita que só o vídeo “já é um tipo de punição”, mas reconhece que o efeito o surpreendeu. “Acho que no fim, muita gente que já passou por isso acabou compartilhando e se solidarizando.”

Procurado pelo iG, o Extra informou que “o fato não condiz com o padrão exigido pela companhia e informa que recebeu a visita do Procon que vistoriou os procedimentos de manipulação do açougue, bem como dos produtos expostos em sua área de vendas e toda a operação estava dentro das normas e padrões exigidos”.

De lá para cá, no entanto, nem o professor nem sua esposa voltaram às compras naquela unidade do Extra. Ele diz que se for necessário voltará lá para compras sim, “só carne que eu vou ter medo de comprar, mesmo”.

 

 

 

 

 

 

 

 

IG

Barbara Ladéia

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Parmenas Alt
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