O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Secretaria de Saúde de Várzea Grande esclarece que a única forma de combater a superpopulação de caramujos africanos (Achatina fulica) é por meio do controle mecânico, ou seja, catando um a um e incinerando-os em seguida. Exemplares desta espécie têm sido encontrados em grande quantidade na Câmara de Vereadores da cidade e arredores, locais vizinhos a uma área de proteção ambiental, o Tanque do Fancho.
A exemplo do que ocorre em várias cidades brasileiras, a população é convocada para combater o caramujo gigante, como ocorreu em maio de 2004 no Rio de Janeiro.
Considerado uma praga, o molusco hermafrodita (possui os dois sexos) se beneficia do período de chuvas intensas e forte calor para se reproduzir e se favorece com a ausência de predadores naturais. Segundo o site Portal Amazônia, a espécie já é a segunda maior causa de perda de biodiversidade no planeta, ficando atrás apenas dos desmatamentos.
“A incineração desses moluscos não é considerada crime ambiental. Esta espécie exótica foi introduzida de forma desordenada à biodiversidade brasileira na década de 80. Não é venenoso, mas assim como as baratas que circulam por toda parte, tanto em lixo, como esgoto, o caramujo pode transmitir doenças, por isso, deve ser pego com luvas para evitar qualquer tipo de contaminação”, alerta a diretora da Vigilância Ambiental do Centro de Controle de Zoonoses de Várzea Grande (CCZ/VG), Vilma Juscineide de Souza.
INFESTAÇÃO – Ele lembra que em 2003, a diretoria da Câmara Municipal recebeu duas visitas de equipes do CCZ que prestaram todas as informações necessárias sobre a espécie e as formas mais eficazes de combate do caramujo. “Hoje, dia 7, o CCZ está novamente lá na Câmara reforçando todas as informações já prestadas. O CCZ está neste momento com todas as atenções voltadas ao combate à dengue. O caramujo pode ser retirado do meio ambiente por qualquer adulto, devidamente protegido. Todo material utilizado na captura deve ser também incinerado”, explica Vilma.
A diretora conta que há registro do surgimento de caramujos em terrenos comerciais. “O dono deve providenciar a limpeza e o recolhimentos dos moluscos. No caso da Câmara, pode ser feita uma solicitação à secretaria de Serviços Públicos para captura. Apenas o mutirão é que vai eliminar a superpopulação”, exclama.
Vilma ressalta que neste período outros animais surgem com freqüência, como aranhas, serpentes, escorpiões e que a população deve ficar atenta e colaborar mantendo quintais e terrenos limpos para evitar a proliferação. “Por ser vizinha ao Tanque do Fancho, uma área com nascentes e muito verde, a Câmara está suscetível ao surgimento dessas espécies”.
MANEJO – O recolhimento dos moluscos deve ser feito com luvas para que não haja contato. Eles devem colocados em recipientes com tampa. Para exterminar este caramujo é necessário queimá-lo completamente, pois, caso contrário, os vermes presentes no muco (secreção) permanecerão no local.
CONTANIMAÇÃO – A ingestão ou a simples manipulação dos caramujos vivos pode causar a contaminação. Ao se instalar em hortas e pomares, contamina frutas, verduras e dissemina doenças. Mas não há motivo para pânico: basta orientar crianças sobre os cuidados que devem ter e lavar bem hortaliças e vegetais que serão consumidos in natura.
O caramujo africano pode transmitir duas doenças: angiostrongilíase meningoencefálica humana – que causa dor de cabeça forte e constante, rigidez na nuca e distúrbios do sistema nervoso – e a angiostrongilíase abdominal que pode levar a perfuração intestinal e hemorragia abdominal (cujos sintomas são: dor abdominal, febre prolongada, anorexia e vômitos). Com site Portal Amazônia