Com novos problemas no centro de controle de vôo de Brasília, Cindacta-1, o clima de caos nos aeroportos do País continuou ontem, pelo terceiro dia consecutivo. Alguns passageiros ficaram 24 horas à espera de embarque e 46% dos 1.475 vôos previstos até as 18h30 sofreram atrasos (38%) ou cancelamentos (8%). Para a Aeronáutica, os transtornos foram causados por uma operação padrão; controladores denunciaram pane nos equipamentos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu carta branca ao comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, que chega hoje de Paris, para que tome as “medidas cabíveis” com vistas a restabelecer a normalidade do tráfego aéreo. Para contornar o impasse iniciado terça-feira com a recusa dos controladores em trabalhar com equipamentos do Cindacta-1, a Aeronáutica instalou câmeras voltadas para os consoles (terminais). O objetivo do esquema “Big Brother” é provar que problemas denunciados pelos sargentos não impedem o trabalho.
No início da tarde, num intervalo entre reclamações técnicas dos controladores e a substituição de aparelhos, só dois dos nove consoles do Cindacta-1 permaneceram em funcionamento. O chefe do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea do Departamento de Controle de Espaço Aéreo (Decea), tenente-coronel Gustavo Adolfo de Oliveira, disse que, por segurança, o espaçamento entre vôos passou a ser de 20 minutos – o normal é de até 4 minutos.
À noite, a Aeronáutica informou que o Cindacta-1 funcionava “com o número de consoles previsto”. Mas a situação piorou: às 21h10, o espaçamento de vôos em São Paulo subiu para 1 hora.
AE