A redação é uma das etapas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcado para 4 e 11 de novembro deste ano, que mais preocupam os candidatos. Nas provas do ano passado, dos 4,7 milhões de inscritos que fizeram o exame, 309,1 mil zeraram essa prova, enquanto 53 atingiram a nota máxima. Por isso, é importante estar atento aos critérios de correção para se dar bem no Enem.
Sistema
Todos os anos, a banca contratada para corrigir as provas segue as diretrizes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para avaliar os candidatos. Neste ano, a Fundação Getulio Vargas (FGV) será a responsável pela correção.
Dois avaliadores corrigem os textos transcritos para a Folha de Redação, sem que um saiba a nota concedida pelo outro. Eles analisam a prova de acordo com cinco competências. A menção final é calculada a partir da média aritmética entre essas duas avaliações. Se os valores forem muito discrepantes, um terceiro profissional corrige a prova. A nota concedida por ele é confrontada com a análise da banca de examinadores e o resultado final será a média entre as duas.
Avaliação
A Diretora de Avaliação da Educação Básica (Daeb), do Inep, Luana Bergmann Soares, reforça que os candidatos devem se ater à cartilha do participante. O documento destaca que a redação deve ser escrita em letra legível e devem-se evitar rasuras. Os títulos são opcionais. A versão atualizada do documento, com as diretrizes da correção, deve ser publicada no fim deste mês.
Estrutura
A redação dos candidatos deve ser produzida seguindo um modelo dissertativo-argumentativo. Desse modo, o texto de até 30 linhas deve apresentar um tema, seguido pela defesa de um ponto de vista (tese) sobre esse assunto, que precisa ser apoiado em argumentos. Por fim, é necessário elaborar uma proposta de intervenção social diante do problema apresentado pela banca.
Critérios
Os candidatos podem receber até 200 pontos por cada competência avaliada, podendo chegar a mil pontos. Os critérios são:
1. Domínio da escrita formal, seguindo a norma culta e considerando as mudanças que ocorreram na língua depois do Acordo Ortográfico.
2. Compreensão da proposta da redação e articulação do tema com outros assuntos, dentro da estrutura argumentativa.
3. Articulação de diferentes argumentos ao longo do texto de modo coerente, para justificar seu ponto de vista.
4. Conhecer mecanismos linguísticos para construir os argumentos e encadear as ideias, como conjunções e advérbios.
5. Elaborar proposta de intervenção social diante do tema proposto, no âmbito dos Direitos Humanos, considerando a cidadania, liberdade, solidariedade e diversidade cultural.
Preparação
O estudante Johnatan Reis já participou de outras edições da prova e tenta uma vaga no curso de medicina. Nos exames passados, ele atingiu 900 pontos na redação.
Ele explica que, antes da prova, busca saber o funcionamento da nova banca e quais são os critérios mais relevantes para ela. Para isso, lê o edital buscando referências e acompanha vídeo-aulas. “Produzo textos e autocorreção, além de compartilhar minhas redações com colegas e também leio sobre atualidades”, afirma Reis. Luana Bergman também destaca a relevância de “treinar o momento e operacionalizar o que vai ser feito no dia da prova para não ter surpresas”.
Hora da prova
A Diretora de Avaliação da Educação Básica do Inep explica que o candidato deve ser capaz de articular bons argumentos, de modo a exprimir o conhecimento acumulado sobre o tema. Para tanto, os participantes devem lançar mão de técnicas como o uso de dados estatísticos e informações históricas, além de resgatar o posicionamento de autores renomados para parafraseá-los, por exemplo.
Para atingir melhores resultados, Bergman orienta que o candidato deve ficar atento às cinco competências, ao formato pedido da produção de texto, que é argumentativo dissertativo, e se a produção segue a norma culta.
Fonte: Governo do Brasil, com informações do Inep