A instituição Aldeias Infantis SOS lançou uma petição online para pressionar o poder público a fazer um diagnóstico sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes e, posteriormente, planejar ações efetivas de combate ao problema. O documento da campanha Dê um Basta será entregue aos gestores municipais no dia próximo dia 5.
De acordo com dados do Disque 100, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, no Brasil, 47 crianças por dia são vítimas de abuso, exploração ou turismo sexual. A gestora do projeto no Rio de Janeiro, Ana Almeida, acredita que os números sejam subestimados, já que contabilizam apenas as denúncias registradas. Ela destaca que é necessário ampliar o banco de dados, incluindo fontes de informação como as delegacias, escolas, conselhos tutelares, hospitais e centro sociais.
A petição visa basicamente a criação de políticas públicas de enfrentamento. Temos que entender que a criança e o adolescente, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, são pessoas em desenvolvimento, que gozam de primazia e absoluta prioridade na elaboração e efetivação das políticas públicas. Nosso maior objetivo é apoiar o gestor público, subsidiá-lo no maior número de informações sobre o tema, para que ele possa pensar em uma política para sua cidade".
Ainda segundo a gestora, a campanha deste ano tem como foco as prefeituras de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Olinda e Salvador, por terem muita mobilização popular no carnaval, período em que aumenta a a possibilidade de turismo sexual e a vulnerabilidade de crianças e adolescentes.
É uma situação da própria festa, porque a cidade fica movimentada, recebe turistas de várias partes do mundo. Entendemos que essa é uma época de maior vulnerabilidade. Mas a questão da violência contra a criança é um fato que ocorre diuturnamente, infelizmente.
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A violência sexual compromete a saúde, a autoestima, a vida social e o aprendizado, ressalta a instituição Aldeias Infantis SOS. Além disso, este tipo de crime também pode ser responsável por fazer com que estas crianças tornem-se adultos que reproduzem a violência, o que cria um ciclo vicioso.