A Câmara de Vereadores de Cuiabá realiza audiência pública para debater a
terceirização da Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap) no próximo dia
25 de abril, às 15h, no plenário central do parlamento. Autor do
requerimento, o vereador Antônio Fernandes (PSDB) convidou toda sociedade
para as discussões, ressaltando a importância da participação popular em
todo o processo.
“Infelizmente ainda não conseguimos encontrar uma solução para o problema e
os cuiabanos ficam mais de 15 dias sem água. Vamos fazer um grande debate,
envolvendo todos os segmentos da sociedade, vereadores, Prefeitura
Municipal, para que possamos discutir claramente quais são os caminhos que
podemos tomar para acabar com o sofrimento. Vou defender que o povo tenha
água nas torneiras”, afirmou Fernandes.
O parlamentar lamentou que nenhuma das nove recomendações elaboradas pela
Comissão Especial que investigou denúncias de irregularidades na companhia
tenham sido aplicadas.
“Infelizmente já se passaram mais de 90 dias e o Executivo não colocou em
prática nenhuma das recomendações feitas pela Comissão e a população ainda
sofre e muito com a péssima qualidade do serviço que é oferecido. Vários
bairros estão sem água há pelo menos dez dias”, disse o vereador tucano.
Fernandes revelou que em bairros como o Serra Dourada e Novo Paraíso II, os
moradores, cansados de esperar pela implantação da rede que leva água para
as casas, resolveram comprar e colocar os canos. Segundo o vereador, a
Sanecap alegava que não dispunha de recursos para fazer as redes, mas assim
que a população solucionou o problema, começaram a cobrar pelo serviço de
distribuição de água.
“A água é hoje mais importante que tapar buracos, que qualquer problema da
cidade. A Sanecap não implantava as redes alegando falta de dinheiro. Por R$
800 os moradores compraram e instalaram os canos. Logo em seguida a Sanecap
apareceu para colocar os relógios e cobrar água da população. Não esse tipo
de serviço que os cidadãos esperam. Sou contra vender um bem público, que
pertence aos cuiabanos, mas não podemos aceitar essa situação”, afirmou
Fernandes.