A sociedade se mobilizou e os vereadores se posicionaram a favor da
abertura da Comissão Processante de Inquérito que irá investigar a atitude
do vereador Lourivaldo Rodrigues de Moraes (DEM), o Kirrarinha, que na
última semana agrediu a repórter Márcia Pache.
O auditório Walter de Oliveira foi pequeno para receber os manifestantes que
se sensibilizaram com a situação e foram expressar seu repúdio durante a
sessão mais esperada do legislativo local. Equipes da TV Record das cidades
vizinhas de Mirassol D’Oeste e Comodoro registraram toda a sessão. As
mulheres que se sentiram ultrajadas com a bofetada recebida pela repórter
também se solidarizaram e compareceram com camisetas onde se lia a frase
“Chega; a impunidade e o silêncio são cúmplices da violência”.
Visivelmente emocionada, a vereadora e vice-presidente Jalma Freitas (PP)
expôs na tribuna a situação que preocupa toda a Mesa Diretora, em especial
pela agressão a uma mulher, relembrou alguns transtornos enfrentados pelos
parlamentares devido a atitudes desrespeitosas por parte do vereador
Kirrarinha, que por vezes não mede as conseqüências de seus atos e acaba
prejudicando todo um trabalho feito com clareza e até mesmo ofuscando
projetos desenvolvidos pela Câmara em prol de toda a sociedade. Por fim
Jalma destacou o versículo bíblico que fala que ‘tudo que plantarmos,
certamente ceifaremos’(Gl 6,7).
Após a leitura de todas as moções de repúdio enviadas por entidades civis, o
primeiro secretário, vereador Wancley Carvalho (PV) apresentou a denúncia da
repórter Márcia Pache e em seguida foi definida a instauração da CPI por 8
votos a zero.
Através de sorteio, conferido por dois representantes da platéia, ficou
definido o vereador José Nogueira (PMDB) como presidente da CPI, Jalma
Freitas como relatora e Wildo Guelo como membro. A Comissão terá o prazo
máximo de 90 dias para apresentar o resultado do processo.
*Relembrando*
* *
Na manhã da segunda-feira, 28 de junho, a repórter da TV Centro Oeste,
afiliada do SBT em Pontes e Lacerda, aguardava nos corredores do CISC o
vereador Kirrarinha, que naquele momento era indiciado por invasão de um
casa no Residencial Tuiuiú. Ao deixar a sala do delegado, o vereador foi
perguntado pela repórter se poderia dar uma entrevista, sendo agredida neste
momento.
As imagens correram o mundo através dos sites que reproduziram e divulgaram
a agressão e a cidade ganhou destaque na mídia nacional. O fato parece ter
sido a gota d’água e toda a sociedade se mobilizou durante a semana, se
munindo de documentos e moções de repúdios, todos encaminhados à Câmara
Municipal.
Apesar do recesso parlamentar que começará na próxima semana, os
manifestantes afirmam que não deixarão o caso cair no esquecimento e
acompanharão o desenrolar da CPI do Kirrarinha.