Decisão foi tomada hoje após reunião do Colégio de Líderes e foi aprovada por unanimidade em plenário
A Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Cuiabá decidiu, na manhã desta terça-feira (12), encaminhar ao prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) pedido para que intervenha na gestão da Santa Casa da Misericórdia da Capital. O pedido foi defendido após reunião do Colégio de Líderes minutos antes da sessão e tem apoio da maioria dos 25 vereadores.
O rompimento entre o Parlamento Cuiabano e a direção do hospital filantrópico chegou ao ápice, após diligências da Delegacia Fazendária (Defaz), há uma semana, que impediram a prefeitura de cumprir com a liberação de quatro parcelas de R$ 3,5 milhões pela compra antecipada de serviços de saúde.
Por serviços não prestados, a Santa Casa já teria recebido cerca de R$ 24 milhões e não aplicado o dinheiro na saúde pública. A dívida total com fornecedores, funcionários e setores públicos chega a R$ 80 milhões. “Existe uma caixa preta na Santa Casa que precisa ser aberta e isso só se dará por meio de intervenção. Da forma como está não há como negociar mais na diplomacia”, disse Toninho de Souza.
O vereador do PSD, que criou o movimento ‘Santa Casa de Portas Abertas’ e conduziu as negociações do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que possibilitaria a liberação do recurso, lamentou a volta à estaca zero. “Infelizmente não há outra saída que não seja a intervenção. É preciso passar essa história a limpo, pois, os funcionários não podem continuar com cinco meses de salários atrasados, mais o décimo terceiro de 2018”, explicou.
“Voltamos ao ponto de partida. Caberá agora ao prefeito Emanuel Pinheiro decretar a intervenção. Tudo isso está acontecendo por culpa das diretorias recentes que não administraram bem, puseram as mãos em dinheiro público e transformaram a instituição em cabide de empregos”, falou Toninho ao defender a intervenção.
Entre os funcionários que se enquadram na prática de nepotismo com altos salários estão Luiz Otávio Preza, primo do ex-presidente Antônio Preza, além de Vitor Ramos, que é primo do também ex-presidente do hospital, Luiz Felipe Saboia. “Até quando os funcionários vão ficar sem salários? Quantas pessoas ainda vão morrer até que haja uma ação no âmbito do Ministério Público e da Justiça? O que fizeram foi caso de Polícia e deve ser tratado como investigação de crime organizado”, concluiu Toninho de Souza.