domingo, 22/12/2024
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Caloteiro do comércio de hortifrutigranjeiros está na cadeia

Seis pessoas foram presas por suspeita de envolvimento com uma quadrilha que aplicava golpes no mercado de hortifrutigranjeiros. No total, pelo menos 23 pessoas estão sendo investigadas. Oito mandados de prisão e 35 de busca e apreensão estão sendo cumpridos pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). Entre os suspeitos na chamada Operação Gafanhoto estão um empresário e até policiais.

O promotor Joelson de Campos Maciel, do Gaeco e coordenador da operação, disse que o grupo abria empresas fantasmas em outros estados e depois de obter a confiança de fornecedores, comprava grande quantidade de frutas e verduras mas não efetuava o pagamento. Primeiro, a quadrilha abria empresas de fachada e comprava frutas, verduras e hortaliças para revender em Mato Grosso. As primeiras cargas eram pagas à vista, mas depois de conquistar a confiança do fornecedor, o pagamento era feito com cheques pré-datados sem fundos.

O golpe foi aplicado em pelo menos cinco estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo. Ainda de acordo com o promotor, cada vítima teve prejuízo mínimo de R$ 100 mil. As investigações apontam que além de calote no pagamento de encomendas, a quadrilha também extorquia produtores rurais e fornecedores.

Na manhã desta quinta-feira, policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em 22 pontos de Cuiabá, entre escritórios e residências. Foram apreendidos vários computadores. Entre as pessoas presas está o empresário Kaazu Yochi Uemura, dono do maior mercado atacadista de hortifrutigranjeiros de Mato Grosso.

Além do empresário Uemura e do gerente das empresas fantasma, foram presos ainda dois contadores e dois seguranças, sendo que um deles é policial civil. O ex-deputado estadual Walter Rabello, cassado por infidelidade partidária, está sendo investigado. Ele é acusado de ter atuado como o braço político da organização criminosa.

A assessoria de imprensa do ex-deputado Rabello disse à produção da TV Centro América que ele só vai se pronunciar em uma entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira. A assessoria adiantou que Rabello nega as acusações de tráfico de influência e afirma ser amigo pessoal do empresário Uemura, apontado como líder da organização criminosa desmantelada pelo Gaeco.

Já a polícia civil, que tem dois policiais suspeitos de envolvimento nas investigações, informou em nota que acompanha as diligências realizadas inclusive no cumprimento dos mandados de busca e apreensão. Diz ainda que em relação aos policiais, a Corregedoria vai instaurar procedimentos administrativosm, além dos já existentes na justiça estadual e no Ministério Público.

Os presos são acusados de formação de quadrilha, estelionato, corrupção, extorsão e ameaça. Se forem condenados podem pegar até 30 anos de prisão.

TVCA

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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