Após o assassinato do cabo Jeferson de Oliveira Santos, militar do primeiro regimento de cavalaria de guardas (RCG) e responsável pela segurança da Granja do Torto, por um outro guarda presidencial, o Comando do Exército admitiu que futuramente pode mudar o processo de seleção dos militares que protegem as residências oficiais do Torto e do Palácio da Alvorada e daqueles envolvidos com a segurança do Palácio do Planalto.
Santos foi morto com três tiros após ter se desentendido com um soldado na manhã desta quarta. A motivação do crime ainda está sendo investigada, mas o Exército avalia que, após a conclusão dos inquéritos sobre o caso, podem ser apontadas falhas no sistema de segurança da presidência, o que obrigaria os militares a fazerem ajustes no processo de seleção de pessoal. A apuração do episódio deve ser concluída em um prazo entre trinta e quarenta dias.
Atualmente, os militares que prestam serviço para a Presidência da República são monitorados por pelo menos um ano inteiro, quando passam por um processo de treinamento. Não existem testes psicológicos para traçar o perfil dos futuros guardas, mas todos precisam ser militares do efetivo profissional e não podem ter cometido nenhum tipo de transgressão. O comportamento dos soldados, a rigidez a normas de disciplina e critérios de aptidão física e responsabilidade também são analisados para a escolha dos guardas que ficarão próximos do presidente.
Jeferson Santos foi ferido gravemente com três tiros por volta das 9h50 da manhã de ontem no início de seu turno em uma área aberta no interior da Granja do Torto. Outros dois disparos foram dados, mas não o atingiram. O atirador, cuja identidade foi preservada, foi preso em flagrante e está sob custódia da Polícia do Exército (PE). Após o fim do inquérito, ele será expulso da corporação e responderá na Justiça comum por homicídio.
O militar baleado chegou a ser conduzido ao Hospital das Forças Armadas (HFA), mas não resistiu e morreu aproximadamente ao meio dia de ontem. Durante a manhã, a PE fez perícia no local do crime e recolheu as cápsulas utilizadas para matar Souza. O Comando do Planalto, responsável pelos seguranças das residências oficiais e locais de trabalho do presidente Lula, admite que nunca foi registrado um incidente dessas proporções envolvendo guardas.
Ainda na manhã de ontem o presidente Lula foi informado do assassinato e lamentou o episódio.
Redação Terra