Não há dúvidas de que Cueva é um dos jogadores mais importantes do elenco tricolor. O técnico Rogério Ceni, por exemplo, considera o peruano um dos melhores meias em atividade no Brasil.
No entanto, o peruano chegou ao Morumbi no ano passado como um quase desconhecido e provocou polêmica. A contratação do camisa 10, aliás, aconteceu por caminhos tortos.
O então diretor executivo de futebol, Gustavo Vieira de Oliveira, assistiu ao jogo entre San Lorenzo-ARG e Toluca-MEX para observar o lateral direito argentino Buffarini. Na partida, quem se destacou justamente ao levar a melhor sobre o argentino foi o habilidoso peruano.
"Ele deitou naquela partida. Acabou se destacando muito. Depois, junto com o departamento de análise do clube, observamos mais partidas dele. Era realmente um jogador que nos interessava. Por isso, combinei com o Pintado [auxiliar técnico do São Paulo] para falar com o Cueva ainda na partida que a gente teria contra o Toluca", contou Gustavo.
O jogador logo se encantou com a ideia de jogar no Brasil. No mesma noite da partida, no México, ele marcou um jantar com os representantes do São Paulo e começou a encaminhar a negociação. O clube logo já entrou em contato com o Tigres-MEX, que era o dono dos direitos do atleta, para agilizar a transação.
Porém, nem todos no clube viram com bons olhos a contratação do jogador. O diretor de futebol na época, Luiz Cunha, por exemplo, era contra fazer o investimento no peruano e esperava que o Tricolor apostasse todas as suas fichas na renovação do vínculo do zagueiro Maicon, que no momento estava emprestado pelo Porto. Gustavo, porém, conseguiu contratar o peruano e esse virou um dos motivos da saída de Cunha da diretoria.
Por pouco mais de US$ 2 milhões (R$ 6,6 milhões), Cueva assinou o seu primeiro vínculo com o São Paulo. Como a transação correu em sigilo, o Tricolor ainda esperou por cerca de 15 dias até encontrar o melhor momento para fazer o anúncio da contratação do jogador, que disputava a Copa América Centenário, nos Estados Unidos, pelo Peru.
No São Paulo, não demorou também para o peruano conquistar o seu espaço. O departamento de futebol do clube, por sua vez, montou uma força tarefa para fazer com que ele rendesse ainda mais. Cuidado com a preparação física e com posicionamento dentro de campo passaram a fazer parte da rotina do peruano, de 25 anos, no CT da Barra Funda.
Com o bom desempenho apresentado no Tricolor, o camisa 10 também já despertou o interesse do mercado internacional. Neste ano, ele chegou a receber uma oferta para se transferir para a Rússia, que foi negada. Para não perder o meia, o São Paulo acertou a renovação do vínculo com o jogador, que no dia a dia usa óculos por conta da miopia, até junho de 2021.
 
 
 
 
 
 
José Eduardo Martins
 
Do UOL