Júlio Croda, infectologista da Fiocruz também participou do programa e disse que um grande problema após a vacina ser descoberta será o acesso a ela
A imunologista brasileira Daniela Ferreira, que trabalha no combate à Covid-19 no Reino Unido, disse que as pesquisas para descobrir a vacina estão tendo um “progresso extraordinário”.
“O progresso que tem sido feito mundialmente com todas as vacinas contra a Covid-19 tem sido astronômico e extraordinário”, afirmou a cientista que coordena a equipe que testa a vacina da Universidade de Oxford, uma das mais promissoras, na Escola de Medicina Tropical de Liverpool .
“Temos mais de 135 candidatos vacinais e cerca de 20 e poucos ensaios clínicos, sendo que 4 já estão em fase 3”, detalhou Daniela, que completou. “A cada dia que abro o meu computador, eu olho qual o número de vacinas que está em desenvolvimento e vejo o progresso que cada uma está tendo, indo de uma fase para a outra, e está sendo muito rápido”.
Dos testes feitos na Escola de Medicina Tropical de Liverpool, ela relatou: “Estamos trabalhando muito e fazendo tudo o mais rápido possível, claro que dentro da medida ética e de integridade, pois queremos dar uma resposta logo se a vacina é eficiente ou não”.
A brasileira ainda ressaltou o motivo de seu otimismo: “Pela primeira vez, a comunidade científica inteira se voltou para um único problema. Todo mundo quer uma vacina para tirar a gente dessa pandemia, e isso me dá muita esperança e otimismo”.
“Não vou dizer com certeza, mas estou otimista que a gente vá conseguir alguma coisa antes do final do ano”, finalizou a cientista, que pretende passar o Natal de 2020 com a sua família no Brasil: “Tenho muita esperança de que isso vai ser possível”.
Júlio Croda, infectologista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), também participou do programa e disse que um grande problema após a vacina da Covid-19 ser descoberta será o acesso a ela. “O acesso das vacinas é um debate super importante, pois sabemos que existem vários laboratórios públicos e privados nacionais e internacionais que estão trabalhando na busca de uma vacina efetiva, mas sabemos que o acesso não será igual para todo mundo”.