Um relatório da agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Agricultura e a Alimentação (FAO)indica que o Brasil continua como maior desmatador da América do Sul e responde por 73% das perdas florestais na região.
O documento diz que o país registrou um aumento na taxa anual entre 2000 e 2005, em comparação com o período anterior, 1990 a 2000. As perdas anuais passaram de 0,5% a 0,6% da cobertura florestal brasileira.
Em números absolutos, de acordo com a FAO, foram desmatados mais de 31 mil km2 por ano no Brasil entre 2000 e 2005. Em toda a América do Sul, o total desflorestado foi de 42 mil km2 por ano.
Ainda assim, o vice-diretor-geral para Florestas da FAO, Jan Heino, disse à BBC Brasil que acredita que o Brasil pode mudar esse cenário rapidamente e citou a plantação de florestas como um exemplo de sucesso.
“O país fez um progresso notável e está entre os mais avançados do mundo nas técnicas de plantio de novas florestas para substituir colheitas”, afirmou Heino.
O representante da FAO salientou que só em 2010, quando o próximo relatório sobre o assunto for publicado, é que ficará claro se o otimismo dele sobre o Brasil é justificado.
No mundo
As taxas globais de desflorestamento caíram, segundo a agência da ONU, mas isso graças ao desempenho de alguns países, principalmente na Europa, e da China, que também registrou um aumento na área florestal.
A América do Sul e o Caribe, por outro lado, são as regiões que tiveram as maiores perdas.
Essa área concentra quase metade das florestas do planeta e registrou um aumento nas taxas de desflorestamento entre 2000 e 2005, passando de 0,46 % a 0,51%, segundo o relatório.
Já a África, que responde por 16% da cobertura florestal do mundo, perdeu 9% das suas florestas no mesmo período.
FO