O Brasil tem mais espaço para manter o aquecimento da atividade econômica que os países desenvolvidos, disse nesta terça-feira (9) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Para o ministro, o País está preparado para enfrentar o agravamento da crise econômica internacional. Ele observou que o Brasil tem espaço para reduzir os juros e os depósitos compulsórios (parcela que outros bancos são obrigados a manter retida no Banco Central), caso haja novas restrições no crédito. “Na política monetária, temos raio de manobra, coisa que os americanos, que já reduziram o juro a zero, não têm”, destacou.
Segundo o ministro, o Brasil continuará a conter o crescimento dos gastos públicos para impedir a disparada da dívida pública como ocorreu nos países avançados. “A dívida brasileira é uma das poucas do mundo que estão caindo. Manter um [aperto] fiscal forte é um anteparo contra os agravamentos da crise”, ressaltou. Ele reiterou o compromisso de manter o superavit primário (economia de recursos para pagar os juros da dívida pública) em níveis expressivos.
Outro recurso apontado pelo ministro para fazer frente às turbulências externas são as reservas internacionais do Brasil, atualmente em torno de US$ 347 bilhões. “Esse valor é quase 50% maior que [o do] no segundo semestre de 2008, quando as reservas somavam US$ 207 bilhões”, declarou.
Mantega disse ainda que a estabilidade política no País ajuda a enfrentar o agravamento da situação econômica internacional, mas pediu que as prefeituras e os governos estaduais também atuem para conter os gastos. “Todo o Executivo está empenhado para que os gastos não cresçam. Temos uma unidade política que não existe nos Estados Unidos. Gostaria que os outros governos [estaduais e municipais] aderissem a esse esforço”, pediu.
Para o ministro o mercado interno brasileiro, ajudará a segurar os efeitos negativos da crise. “Temos um mercado interno forte e não somos tão dependentes das exportações como a China e a Alemanha, mas teremos de fazer um esforço para que esse mercado seja atendido pela produção brasileira e não pela concorrência predatória”, avaliou.
Fonte:
Agência Brasil