Dados do Ministério da Saúde divulgados nesta terça-feira mostram que 117 cidades brasileiras estão em situação de risco para surto de dengue, sendo que 96 delas estão localizadas no Nordeste. Os números fazem parte do Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti, o LIRAa, realizado em 1 463 municípios do país.
Na escala usada como referência pela pasta, são considerados em risco os municípios que apresentam larvas de mosquito transmissor da dengue em mais de 4% dos imóveis pesquisados. Se o índice estiver entre 1% e 3,9%, as cidades são consideradas em alerta. Já diante da presença de menos de 1% do Aedes aegypti, o índice é considerado satisfatório.
O levantamento ainda mostrou que outras 533 cidades do Brasil estão em alerta para risco de surto da doença, sendo que dez delas são capitais: Porto Alegre, Cuiabá, Vitória, Maceió, Natal, Recife, São Luis, Aracaju, Belém e Porto Velho. Das outras capitais, onze apresentaram dados satisfatórios sobre o controle da dengue: Curitiba, Florianópolis, Brasília, Campo Grande, Goiânia, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Macapá, Teresina e João Pessoa. As outras seis não entregaram os dados ao Ministério.
Segundo dados da pasta, houve uma redução de 41% nas mortes provocadas pela dengue no Brasil no último ano.
Vacina — Nesta segunda-feira, o laboratório Sanofi Pasteur publicou os detalhes dos testes finais envolvendo uma vacina contra a dengue. Alguns resultados já haviam sido divulgados pelo laboratório em setembro deste ano. A pesquisa, feita na América Latina, mostrou que a vacina tem uma eficácia de 60,8%, mas que varia de acordo com cada tipo do vírus (1, 2, 3 ou 4) e com a região em que o estudo foi feito. No Brasil, por exemplo, a prevenção chegou a 77,5% dos casos de dengue.
Leia também:
Dengue: esclareça 12 dúvidas sobre a doença
Teste final aponta que vacina reduz 60,8% dos casos de dengue
Brasil registra 828 casos de Febre Chikungunya
Prevenção — O Ministério da Saúde ainda lançou, nesta terça-feira, uma campanha de prevenção contra a dengue e a chikungunya, que também pode ser transmitida pelo mosquitoAedes Aegypti. Segundo o ministro Arthur Chioro, as formas de evitar ambas as doenças são semelhantes e consistem principalmente em reduzir os focos do mosquito. Segundo o levantamento da pasta, cerca de 80% dos locais onde foram encontradas larvas de mosquitos eram depósitos de água.
“Pessoas que estão fazendo armazenamento de água, caso principalmente da região sudeste, devem aumentar o cuidado. Precisamos orientar a população para que armazenem água de forma segura para não colocar em risco as outras pessoas”, afirmou o ministro.
O governo brasileiro registrou, até 25 de outubro, 824 casos confirmados de chikungunya no Brasil, a maioria concentrados nos municípios de Oiapoque (330), no Amapá, e Feira de Santana (371), na Bahia. O primeiro caso autóctone, ou seja, transmitido em território brasileiro, foi confirmado em setembro deste ano. Até então, a doença havia sido detectada somente em pessoas que viajaram para países com transmissão da doença, como República Dominicana, Haiti, Venezuela, Ilhas do Caribe e Guiana Francesa. "Não podemos desconsiderar que temos agora um duplo risco com a febre chikungunya", disse Chioro.
A doença — A febre chikungunya tem sintomas similares aos da dengue, como febre alta, mal-estar e dores nos músculos, ossos e articulações. A doença começa a se manifestar três a sete dias depois de o paciente ser picado. Caso a pessoa seja picada novamente no decorrer dos primeiros cinco dias dos sintomas, ela passa o vírus para o mosquito, que pode retransmiti-lo a outras pessoas.
Revista Veja