O Brasil esteve perto de conhecer sua primeira derrota no Campeonato Mundial, mas com virada espetacular, chegou à sétima vitória, manteve-se invicto e praticamente garantiu vaga na semifinal da competição.
Após jogar mal no início e sair atrás em 2 a 0, se recuperou, salvou match point e derrotou a China por 3 a 2, parciais de 24/26, 20/25, 25/21, 25/16 e 19/17, em 1h57.
O resultado deixou a seleção de José Roberto Guimarães com dez pontos no grupo F da segunda fase, ao lado da também invicta Rússia. As duas equipes têm mais dois jogos e, mesmo que percam ambos, vão a 12 pontos. Desta forma, só perdem a vaga por milagre, já que somente a Alemanha tem chances de chegar a 12. Ainda assim, precisaria de grande point average para reverter o quadro.
A vitória desta quinta-feira mostrou que o time está pronto para enfrentar batalhas maiores na seqüência e que segue como uma das favoritas a um título que viria para coroar ano quase perfeito, com quatro taças em quatro eventos disputados (inclusive o hexacampeonato no Grand Prix).
A partida também colocou frente a frente duas tradicionais seleções no vôlei feminino, que haviam chegado hoje a 63 confrontos. O Brasil diminuiu a desvantagem para 34 a 29, com 116 sets vencidos contra 131 perdidos. Mais do que isso, aumentou sua série em 2006 para 3 a 0, já que havia vencido no Montreux Volley Masters, em junho, e também no Grand Prix, em agosto.
Assim como era esperado, a partida começou equilibrada, mas com erros de ambos os lados. O Brasil foi o primeiro a desgarrar e passou na frente em 8 a 6 na primeira parada. Em seguida, Wang foi para o saque e iniciou o processo de destruição da recepção brasileira, empatando em 9 a 9 e depois deixando seu time à frente em 15 a 13.
Zé Roberto promoveu, então, a entrada de Fofão, Renatinha e depois de Fabiana e a equipe subiu de produção, virando novamente à frente em 16 a 15. Mais motivado, o grupo seguiu melhor e teve 22 a 19, mas se descontrolou. Wang veio novamente no saque e, com dois aces, garantiu a virada. O Brasil ainda salvou um set point com Fabiana, mas não evitou a derrota.
Na volta para o segundo set, Zé Roberto deixou Carol Albuquerque e Carol Gattaz no banco e colocou o time teoricamente titular, com Fabiana e Fofão. Logo de cara, após dois pontos de saque de Wang, viu-se obrigado a tirar Mari e por Sassá em seu lugar, na tentativa de melhorar a recepção. Ainda assim, a China disparou e fechou a primeira parada em 8 a 4.
Renatinha ainda entrou no lugar de Sheilla e o Brasil encostou no meio do set, com 15 a 14, dando esperança à torcida, mas novamente parou. Após tempo, as rivais retornaram com força e abriram quatro pontos novamente para não perder mais a ponta. No final, ainda fecharam com mais tranqüilidade e um show de Wang: 25 a 20.
Com 2 a 0 atrás, as brasileiras entraram sem outra chance senão a vitória. A volta da atitude – e da alegria – fez bem e levou o time a 8 a 4. Mas novamente Wang entrou no saque para estragar a festa. Com série de saques potentes, promoveu a virada para 10 a 9, para desespero de Zé Roberto, que pediu tempo.
Somente após a bronca do treinador, as jogadoras reencontraram o bom jogo. Sheilla e Walewska finalmente cravaram Wang e o Brasil chegou a série de cinco pontos. A China ainda encostou no marcador, mas novamente Walewska e seu forte bloqueio fez a diferença. Para fechar, Fabiana, numa jogada de ponta, atípica, deu números finais: 25 a 21.
Mas quem achava que as brasileiras viriam com tudo na parcial decisiva se enganaram. As chinesas voltaram a jogar bem e proporcionaram um duelo equilibradíssimo, cheio de emoção. Elas foram as primeiras a saírem na frente, com 8 a 5. Zé Roberto, então, parou e viu seu time melhorar e empatar em 8 a 8, com grande atuação de Sheilla.
A partir daí o jogo ficou nervoso e com ambos os times defendendo bastante. O Brasil perdeu chances e manteve o empate em 12 a 12, mas o foi o primeiro a ter match point, em 14 a 13. A China se safou, virou para 15 a 14 e depois 16 a 15, mas também vacilou. O Brasil foi para cima, recuperou a ponta e, na terceira chance, fechou em 19 a 17.
Folga e Alemanha – Após a grande virada, a seleção brasileira descansa nesta sexta-feira e só volta à quadra em Osaka no sábado, para sua terceira apresentação nesta fase, que pode definir a classificação à semifinal. A equipe enfrenta a Alemanha, às 3h (de Brasília), equipe que enfrentou em dois amistosos antes do Mundial, com uma vitória para cada lado.
Já eliminada, a China enfrenta Porto Rico apenas para tentar melhor posição final no campeonato. Em mais uma prova da má fase atual, vai perder a liderança do ranking internacional após o evento. Brasil, Rússia e Itália, respectivamente números dois, três e quatro, são os que mais têm chances de ir ao topo.
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