O Brasil se prepara para, a partir do outono do ano que vem, vacinar 110 milhões de brasileiros – o equivalente a 60% da população contra a “gripe suína” (rebatizada de gripe A H1N1 pela OMS). A estratégia é preparar o País para uma nova onda da doença que deve atingir fortemente o Brasil no inverno. A campanha de vacinação deve começar em março ou abril e se estender até o meio do ano.
A meta de doses depende, no entanto, da produção mundial pelos fornecedores estrangeiros e da capacidade que eles terão de atender as demandas dos países. De acordo com o Ministério da Saúde, o problema é que a procura no mercado internacional tem sido bem maior do que a oferta mundial de vacinas.
Um exemplo é os Estados Unidos, que anunciaram 250 milhões de doses. Porém, até 12 de novembro, o site do Center for Diseases Control informava o recebimento de apenas 36,8 milhões de doses. Além da compra de vacinas no mercado mundial, o laboratório Butantan deve produzir 18 milhões de doses para o Ministério da Saúde. Dependendo da demanda, existe a expectativa do laboratório brasileiro de ampliar essa quantidade.
Ainda não há definição sobre critérios de quem terá direito a receber a dose. Isso está sendo definido por especialistas junto ao governo.
Venda de Tamiflu
Além da vacina, os brasileiros poderão se proteger contra os efeitos da gripe com o Tamiflu, o medicamento indicado para a doença. De acordo com o Ministério, ao contrário do que ocorreu no inverno deste ano, quando o remédio sumiu das prateleiras das farmácias, haverá estoque a venda para a população em geral.
Se preparando para a liberação, para o próximo ano, a Anvisa, junto ao Ministério da Saúde, estuda mecanismos para evitar a automedicação e uma corrida desnecessária da população pelo medicamento. A retenção da receita médica é uma das formas defendidas para atuar nesse sentido.
Erika Klingl, iG Brasília