O Brasil não quer continuar dependendo apenas do dólar americano como moeda de referência para suas reservas cambiárias e o comércio, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos jornalistas no trem que o leva de Paris a Londres.
“Me interesa que tenhamos mais de uma moeda de referência e que não continuemos dependendo apenas do dólar”, afirmou Lula, consultado sobre a posição da China.
O governo chinês pediu recentemente que se adote uma nova moeda de reserva internacional para substituir do dólar, estabilizar o clima monetário mundial e proteger suas gigantescas reservas cambiais.
Lula disse que vai esperar para ver a proposta do presidente chinês Hu Jintao a respeito disso na cúpula do G20.
Ele deu como exemplo os acordos que o Brasil fez com a Argentina para realizar intercâmbios comerciais em moeda local.
Além disso, Lula afirmou que o Brasil está disposto a reforçar o Fundo Monetário Internacional, FMI (FMI).
“Se for necessário dar dinheiro (ao FMI) e se isso não diminuir nossas reservas, não vemos problema algum”.
Consultado sobre a nova linha de crédito de US$ 47 bilhões que o México solicitará ao Fundo, o presidente esclareceu que o “Brasil não precisa (de uma linha de crédito do FMI) porque tem reservas suficientes”.
O ministro da Fazenda Guido Mantega, que acompanha Lula, declarou que é preciso discutir ainda a quem o FMI emprestará dinheiro e sob que condições o Brasil concederá esses fundos.
O Brasil acha que esses recursos devem ser concedidos preferencialmente aos países emergentes.
U.Seg