A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) garantiu que o Brasil está totalmente preparado para identificar casos de gripe suína em situações de suspeita. De acordo com o diretor de Portos, Aeroportos e Fronteiras da Anvisa, José Agenor Álvares, os voos que chegam ao Brasil dos Estados Unidos, México e Canadá estão sendo monitorados desde sexta-feira.
Em nota, o Ministério da Saúde enfatiza que não há evidências da circulação do vírus da gripe suína no Brasil e informa, ainda, que acompanha o estado de Saúde de 11 pessoas procedentes das áreas afetadas que “apresentaram alguns sintomas clínicos”. Três pessoas estão em Minas Gerais, duas no Rio de Janeiro, duas no Amazonas, duas no Rio Grande do Norte, uma em São Paulo e outra no Pará.
O ministério diz que nenhuma delas preenche “a definição de caso suspeito conforme os critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde.”
Ação nos aeroportos
O diretor da Anvisa também explicou que, ainda no avião, as suspeitas de contágio serão verificadas por um agente do órgão de saúde e um médico da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária – Infraero. O passageiro será encaminhado em ambulância a um dos 49 hospitais de referência para avaliação médica mais precisa. “Os 49 hospitais de referência estão preparados para atender os casos”, disse o diretor. Agência Brasil
Agenor mostra panfletos da Anvisa
Além da produção de 500 mil a um milhão de folders sobre os sintomas da doença, em três idiomas (português, espanhol e inglês), a Anvisa iniciou a compra de 100 mil máscaras. Elas serão usadas para a proteção de passageiros em voos com suspeitas e funcionários incumbidos da triagem.
Já foram distribuídos 80 mil folders com informações sobre a doença, como os sintomas da gripe suína, sendo 20 mil para o aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, 20 mil para o Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, 20 mil para Confins, em Minas Gerais, e 20 mil para o Aeroporto Internacional de Salvador. Até esta noite, mais 10 mil folders devem ir para Guarulhos, 20 mil para o Galeão, 20 mil para Confins e 20 mil para Fortaleza Salvador, resultando em 150 mil panfletos sobre a doença.
Avisos sonoros
A Anvisa também distribuiu avisos sonoros com informações a serem veiculadas nos aviões e nos salões dos aeroportos. De acordo com dados do órgão, cerca de seis mil pessoas chegam ao Brasil por dia em voos oriundos dos Estados Unidos e do México.
Por semana, são 176 voos com partida dos EUA para o Brasil e 12 provenientes do México, segundo levantamento da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Há ainda sete voos de Toronto, no Canadá, para o Brasil: um por dia, com pouso em São Paulo.
Entre as recomendações, está o preenchimento completo da Declaração de Bagagem Acompanhada (DBA). A Anvisa enfatiza que o formulário, onde dados fiscais e sanitários, de saúde humana ou transportes de plantas e animais, são apresentados pelos passageiros, estará à disposição das autoridades para a identificação de pessoas em voos com suspeitas da gripe suína. “As empresas aéreas deverão armazenar estes documentos para que sejam usados neste controle”, enfatizou Agenor.
O diretor reforçou que não existe alerta restritivo em relação ao recebimento de turistas desses países, ou ao consumo de alimentos de origem suína. Ele informou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) faz monitoramento constante da evolução da doença e, em caso de alteração no alerta, o Brasil está preparado para tomar as medidas necessárias. “Todos os órgãos sanitários do mundo estão preocupados, mas não há necessidade de alarme”, disse.
Plano de Contingência
As ações desencadeadas pelo Brasil fazem parte de um plano de contingência criado em 2006 para atendimento a suspeitas de gripe aviária. Atualmente, dez aeroportos estariam preparados para atender emergências sanitárias. Até o momento, o governo avalia não ser necessário o acréscimo de outros dispositivos além dos previstos no plano, como a triagem e distribuição de informativos aos passageiros.
Os aeroportos que, de acordo com as autoridades, estão preparados para um surto da doença, são os de Brasília, Campinas, Fortaleza, Galeão, Guarulhos, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife e Salvador.
Estes aeroportos devem estar preparados para, segundo a Anvisa:
-Acompanhar os níveis de alerta pandêmicos no Brasil, definidos pela OMS;
-Atender no posto aos casos suspeitos;
-Fazer uso dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) no atendimento nos casos suspeitos;
-Avaliar os sintomas sob suspeitas;
-Transportar o passageiro suspeito para centros de referência
A Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero) determinou que os 32 aeroportos sob sua responsabilidade divulguem avisos sonoros com a mensagem da Anvisa, para alertar os passageiros com os sintomas a procurarem ajuda imediatamente em um posto da agência de saúde.
Segundo nota da Anvisa, “Guarulhos (São Paulo), Galeão (Rio de Janeiro) e Brasília (DF) já colocaram o aviso. Até o fim do dia, os outros aeroportos estarão divulgando o alerta.”
U.Seg