UM site supostamente contendo imagens ao vivo de milhares de câmeras ao redor do mundo, incluindo o Brasil, provocou um alerta se segurança mundial.
Reunindo imagens até de babás eletrônicas, o site registrado na Rússia se aproveita de equipamentos que ou não tenham senhas ativadas ou usem os códigos vindos de fábrica (combinações numéricas com sequências de números iguais, por exemplo) sem proteção.
Um menu no site mostra mais de 250 países com possibilidade de acesso a imagens.
Uma consulta feita pela BBC Brasil nesta semana detectou links para 291 câmeras em diversas cidades brasileiras. Mas as imagens de escritórios, empresas e mesmo de quartos de bebê estavam congeladas. Na página principal, havia um aviso para visitantes dizendo que o site fora criado para mostrar a importância das configurações de seguranças das câmeras, recomendando ainda que uma mudança ou instalação de senha seria suficiente para remover imagens do site.
Cuidados
Nos EUA, o site listava mais de 4 mil câmeras ativas, com França e Holanda aparecendo entre os países mais visitados.
Por respeito à legislação de privacidade no Reino Unido e no Brasil, a BBC Brasil optou por não divulgar o endereço do site.
Além de classificar as imagens por país, o site também o faz por fabricante. A chinesa Foscam foi a marca mais presente, seguida pela american Linksys e a japonesa Panasonic.
Um porta-voz da Lynksis disse à BBC que a empresa acredita que modelos antigos das câmeras foram invadidos – as versões mais novas têm lembretes constantes para que os usuários protejam melhor o acesso.
"Não temos como forçar os usuários (de câmera mais antigas) a trocar de senha. Mas vamos continuar informando aos consumidores que a troca da senha de fábrica é extremamente importante para protegê-los de intrusos".
Na Grã-Bretanha, o Information Commissioner's Office, órgão responsável pela segurança da informação no país, recomendou não apenas que usuários das câmeras mudassem as senhas das câmeras como desabilitassem o acesso remoto ao equipamento caso não houvesse necessidade – o serviço permite, por exemplo, que as imagens sejam vistas por usuários em laptops ou tablets.
Em entrevista à BBC, o diretor do órgão, Cristopher Graham, disse que episódio servirá de alerta para que as pessoas saibam que "alguém está à espreita". Apesar de informar que o governo britânico está trabalhando com as autoridades russas para tentar bloquear o site, ele também recomendou que usuários se protejam.
"O maior risco é as pessoas continuarem usando senhas inseguras".
BBC-Brasil-Terra