No entanto, apesar do progresso, analistas disseram que os países que tentam combater a mazela ainda enfrentam dificuldades e que seus esforços poderiam colocá-los em conflito com as regras de comércio global.
O diretor-geral da FAO, Jacques Diouf, se disse feliz com a notícia. Segundo ele, foi resultado de “comprometimento perseverante por parte dos governos de países em desenvolvimento e apoio energético da comunidade internacional”. A FAO avalia que o sucesso no combate à fome pode ser alcançado por meio de ambiente econômico favorável, investimentos para atingir objetivos e planejamento inteligente para o futuro.
Mas Ambroise Mazal, da organização não-governamental francesa CCFD-Terre, declarou que, mesmo que um país esteja comprometido com a luta contra a fome, “pode se deparar com tantos obstáculos que não conseguirá fazê-lo”. Ele citou como exemplo o caso do Malawi. Em 2005, o país africano introduziu um sistema de subsídios para pequenos produtores por meio do qual o país deixou de ser importador de milho para ser exportador. Mas a medida foi contra a recomendação do Banco Mundial, que retirou financiamentos.
“De um lado está a FAO, que alerta para a proteção dos mercados e para a ajuda a pequenos produtores. Do outro está a Organização Mundial do Comércio (OMC), que alerta para a competitividade nos mercados abertos”, ponderou Mazal. “Simplesmente não podemos continuar assim.” As informações são da Dow Jones.
U.Seg