O senador italiano Maurizio Gasparri, do partido Povo da Liberdade (PDL), declarou que as autoridades brasileiras estão “divididas sobre a extradição de Cesare Battisti”, solicitado pela Itália, onde é condenado por quatro homicídios, e que o caso gerou uma crise interna de “de divergência entre as autoridades”. As informações são da agência Ansa
“Ninguém quer colocar em discussão a soberania nacional do Brasil, mas a extradição de Battisti está se tornando um caso interno, de divergência entre as autoridades brasileiras”, declarou o senador. Líder da bancada da PDL no Senado, Gasparri disse que seu partido “já apresentou uma moção na convicção de que esta questão não possa ser deixada de lado”.
“Também o Parlamento italiano deve agir para fazer as autoridades brasileiras entenderem que a impunidade para um criminoso assassino é intolerável”, ressaltou em referência ao pedido feito ontem ao Senado italiano, para que se pronuncie contra a decisão brasileira de conceder refúgio a Battisti.
Segundo Gasparri, “Battisti deve retornar à Itália onde finalmente poderá descontar sua pena como solicitaram de maneira competente as nossas mais altas autoridades de Estado”. “Se o Brasil continuar irredutível na decisão de considerar Battisti um refugiado político, irá ofender todo o nosso povo e esse gesto de arrogância não poderá deixar de causar uma ruptura nas relações” entre os dois países, advertiu.
Battisti, de 54 anos, foi condenado à prisão perpétua pela Justiça italiana em 1993 acusado de quatro assassinatos que teriam sido cometidos na década de 1970, enquanto militava no Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), grupo ligado às Brigadas Vermelhas. O italiano alega ser inocente.
Redação Terra