O Brasil e o Paraguai tentam chegar a um acordo sobre a forma de correção da dívida que a hidrelétrica binacional Itaipu tem com a Eletrobrás, que financiou o empreendimento. Se a proposta brasileira for aprovada, parte do ajuste da dívida será usada para investimentos em obras sociais nos dois países.
A dívida hoje é de cerca de US$ 19 bilhões e é corrigida pelo chamado fator de ajuste, que leva em conta a variação do dólar e da inflação dos Estados Unidos.
Segundo o ministro Silas Rondeau (Minas e Energia), a direção de Itaipu, que conta com representantes dos dois países, irá avaliar a proposta brasileira que sugere que o montante de recursos equivalente a esse fator de ajuste seja aplicado pela hidrelétrica em projetos sociais nas cidades localizadas na região da usina –cerca de US$ 50 milhões para cada país por ano.
Hoje, ele se reuniu com os ministros da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, e do Paraguai, Ernst Bergen. Eles discutiram, entre outras coisas, a situação de Itaipu.
O Paraguai pediu o fim do fator de ajuste sobre a dívida, já que sobre ela também há incidência de juros. No entanto, o Brasil não quer eliminar a correção, que é um “hedge” (operação para assegurar o preço de um produto) para a Eletrobrás.
Em contrapartida aos recursos que serão destinados a obras sociais, o Brasil quer que o Paraguai aprove o funcionamento de mais duas turbinas de Itaipu.