O Brasil está desenvolvendo o maior estudo sobre consumo de crack do mundo. De acordo com a diretora da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), Paulina Duarte, o objetivo é ter dados estatísticos reais do consumo de crack no País das grandes cidades à zona rural. A pesquisa está sendo feita pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a universidade americana de Princeton. Os primeiros resultados serão divulgados em abril.
“Em 2010, lançamos o plano integrado de enfrentamento ao crack e outras drogas. Não temos, neste momento, nenhum número exato de consumo de crack no País. São apenas meras especulações. Por isso, estamos desenvolvendo o primeiro grande levantamento que se configura como o maior estudo sobre crack no mundo”, afirmou a diretora, após apresentação do Relatório 2010 da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife) nesta quarta-feira (2).
A estimativa é que 25 mil pessoas participem da pesquisa, sendo que 22 mil fornecerão dados quantitativos e 3 mil, qualitativos. “Esse plano de enfrentamento [estudo direcionado ao consumo de crack] nasceu da preocupação do Brasil com dois indicadores: aumento das apreensões de pasta base feitas pela Polícia Federal e a procura [das pessoas viciadas em crack] por tratamento.”
A grande inovação, segundo Paulina, é que os usuários ouvidos pela pesquisa serão convidados a fazer testes para identificar se contraíram doenças relacionadas ao consumo do crack, como hepatites B e C, tuberculose e Aids. “Depois desses testes, eles serão encaminhados à rede de saúde para tratamento.”
Além da pesquisa, a Senad também vai desenvolver um sistema de monitoramento precoce para consumo e tráfico de drogas em parceria com a Polícia Federal, Ministério da Saúde e Universidade de São Paulo (USP). De acordo com Paulina, o investimento será de aproximadamente US$ 5 milhões.
O relatório da Jife divulgado nesta quarta aponta o crescimento do consumo de crack no território brasileiro e destaca o trabalho do governo no combate à droga. De acordo com Paulina, o Brasil busca “mecanismos sustentáveis” para o enfrentamento ao crack. Um dos principais problemas é a falta de locais específicos para tratamento dos usuários.
Segundo a diretora da Senad, 100 mil profissionais da área de segurança pública e saúde, que combatem o consumo de drogas no País, serão capacitados para esse trabalho.
Fonte:
Agência Brasil