Previsão é que o Brasil amplie neste ano a participação no mercado mundial de carne bovina. O Brasil deve consolidar a liderança mundial nas exportações de carne bovina em volume e em receita. Estimativas da RC Consultores mostram que o País vai comercializar 2,3 milhões de toneladas, volume 12,3% superior a 2006, perfazendo uma receita de US$ 4,2 bilhões – 9,8% maior.
O ritmo de crescimento das vendas externas de carne bovina do Brasil será maior que a taxa de seu principal concorrente, a Austrália – cuja estimativa é de aumento de 4,8% em volume neste ano e 4,9% para 2008. O Brasil passou à frente dos australianos em volume em 2004 e em receita no ano passado.
Para 2008, a projeção é que esse ritmo de expansão diminua: as exportações serão 7,2% superiores – 2,5 milhões de toneladas-, somando US$ 4,4 bilhões – 4,2% a mais. “A tendência, depois de taxas muito boas, é de redução, pois o esforço para crescer é maior”, afirma Fábio Silveira, economista da RC Consultores. Ele lembra que, nesta década, a taxa média do Brasil foi de 24% ante à 2% da Austrália. Segundo Silveira, o País soube aproveitar a oportunidade com a redução da oferta australiana devido às constantes intempéries climáticas que afetaram a produção local.
Pelos cálculos, o Brasil continuará liderando o mercado mas, nos próximos 10 anos, o crescimento pode ser menor, uma vez que as exportações brasileiras são compostas predominantemente por carne “in natura” – produto difícil de ser vendido a mercados mais exigentes, com barreiras sanitárias.
Segundo as projeções, tanto em 2007 quanto no ano que vem o crescimento das exportações será maior em volume do que em receita. “O preço subiu razoavelmente nos últimos anos e sempre que há uma expansão da oferta, por mais que a demanda cresça, ocorre um ajuste”.
As estimativas mostram ainda que o Brasil segue com ritmo de crescimento superior à taxa mundial em todas as carnes. “O complexo carnes passa por um momento de prosperidade, tanto pelo aumento da demanda internacional quanto pelos esforços do setor. Houve um amadurecimento das cadeias produtivas”, afirma. A produção mundial de carnes será 2% maior neste ano e 2,5% em 2008. Para o Brasil, os índices são de 4,5% e 5,2%, respectivamente. O maior incremento virá do setor de frangos. “A avicultura está em processo de recuperação do problema da gripe aviária”, explica.
Gazeta Mercantil