Quase dois meses depois de quebrar pela primeira vez a patente de um remédio do tratamento da Aids, por causa do valor elevado cobrado pelo fabricante, o Brasil conseguiu o barateamento de mais um medicamento do coquetel antiAids. Ainda nesta semana, o governo assinará um novo contrato com o laboratório americano Abbott, que fabrica o medicamento Kaletra.
De acordo com o Ministério da Saúde, o remédio ficará 30% mais barato, o que significará uma economia anual de US$ 10 milhões (cerca de R$ 19,3 milhões) aos cofres públicos. Atualmente, as 17 drogas do coquetel antiaids custam R$ 1 bilhão ao ano.
No início de maio, o governo brasileiro quebrou a patente do Efavirenz, produzido pelo laboratório americano Merck. A decisão, inédita e polêmica, foi tomada após várias tentativas, sem sucesso, de reduzir o preço do medicamento. O Brasil deixou de comprar o remédio produzido pelo laboratório que o criou. Passou a comprar uma versão genérica – muito mais barata – produzida na Índia.
“Depois daquele licenciamento compulsório (a quebra de patente), os outros laboratórios foram procurados para discutir os preços. Este (a redução do preço do Kaletra) é o primeiro resultado”, afirmou na última segunda-feira o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, numa sabatina realizada em São Paulo pelo jornal Folha de S.Paulo.
O governo brasileiro já havia ameaçado quebrar a patente do Kaletra. A ameaça, em 2005, só não foi concretizada porque o laboratório conseguiu negociar uma redução do valor que agradou ao Ministério da Saúde. Temporão fez questão de destacar que, desta vez, o laboratório Abbott não foi ameaçado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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