O Brasil pontuou 6,14 na escala de 1 a 10 na capacidade de combate à corrupção e, em 2020, em meio a um clima político turbelento, o país registra queda de quase 10% na pontuação geral e está em quarto lugar na América Latina, revela o Índice CCC (Capacidade de Combate à Corrupção).
Segundo o estudo, o declínio na indepêndencia do Departamento de Polícia Federal e recentes processos judiciais no governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) impactaram negativamente as investigações de crime de colarinho branco.
Em vez de medir as percepções ou os danos econômicos causados pela corrupção, o índice avalia e classifica os países de acordo com sua eficácia no combate à corrupção. Os países com maior pontuação são considerados mais propensos a processar e punir atores corruptos.
A Americas Society/Council of the Americas e a Control Risks, consultoria especializada em riscos globais, apresentaram o resultado de 2020. Uma ferramenta analítica, com base em dados, avalia a capacidade dos países latino-americanos de descobrir, punir e previnir a corrupção.
“O Índice mostra em detalhes como a onda anticorrupção que avançava na América Latina há alguns anos perdeu força e, em alguns lugares, está recuando perigosamente. O que é ainda mais preocupante: isso está acontecendo enquanto o Covid-19 aumenta o risco de corrupção em toda região”, afirmou Roberto Simon, diretor sênior de políticas públicas da AS/COA.
A segunda edição do Índice CCC abrange 15 países da América Latina – 7 a mais do que no ano passado. O Uruguai tem a pontuação mais alta (7,78 de 10), o que significa que é o país, entre os 15 avaliados, com maiores chances de descobrir, punir e deter a corrupção.
Na sequência o Chile (6,57), Costa Rica (6,43), Brasil (5,52), Peru (5,47), Argentina (5,32), Colômbia (5,18), México (4,55), Equador (4,19), Panamá (4,17), Guatemala (4,04), Paraguai (3,88), República Dominicana (3,26), Bolívia (2,71) e Venezuela (1,52).
“Os resultados do Índice CCC 2020 têm implicações significativas para quem faz negócios na América Latina. Eles revelam um cenário desigual, com a aplicação da lei em evolução, ressaltando a necessidade de empresas atualizarem suas avaliações de risco e, consequentemente, adaptarem seus programas de aplicação da lei para gerenciar os riscos de corrupção com mais eficácia”, ressalta Geert Aalbers, sócio da Control Risks.
O site analisa 14 variáveis-chave, incluindo a independência das instituições judiciais, a força do jornalismo investigativo e o nível de recursos disponíveis para combater o crime de colarinho branco.
Para acessar o relatório completo, clique aqui.
Fernando Henrique Da CNN, em Nova York