quinta-feira, 07/11/2024
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Brancos ganham 40% a mais que negros e pardos no Brasil, diz estudo

No Brasil, pessoas brancas ganham em média 40% a mais do que negras ou pardas com mesma escolaridade. Esse foi um dos resultados da Síntese dos Indicadores Sociais 2007, uma análise das condições de vida da população brasileira nos últimos dez anos, divulgada na manhã desta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa mostrou que os rendimentos de negros e pardos são menores que os dos brancos, mesmo se considerados os chamados rendimentos-hora de acordo com grupos de anos de estudo. Em relação à participação na apropriação da renda nacional, as desigualdades permanecem em todas as regiões. Negros e pardos representam de 73% entre os mais pobres do País e somente pouco mais de 12% entre os mais ricos.

Outro ponto que mostra as desigualdades relativas à etnia é o da escolaridade. Foi identificado que a taxa de analfabetismo entre negros e pardos é mais que o dobro da dos brancos. Entre os cerca de 14,4 milhões de analfabetos brasileiros, mais de 10 milhões pertenciam ao primeiro grupo. Brancos também apresentam taxas muito maiores de acesso ao ensino superior: 56% contra 22% de negros e pardos. Entre os que concluíram a faculdade, 78% eram de cor branca, 3,3% de cor negra e 16,5% eram pardos.

Elaborado na maior parte com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o estudo também traz capítulos específicos sobre demografia, educação, domicílios, famílias, casamentos, mulheres, idosos e jovens.

Um dos pontos positivos mostra que entre 1996 e 2006, o número de crianças que freqüentam a escola aumentou. Nas idades de 0 a 3 anos, os percentuais dobraram nesse período, de 7,4% para 15,5%. Na faixa seguinte, de 4 a 6 anos, as taxas passaram de 53,8% para 76,0%. Já nos jovens de 7 a 14 anos, a freqüência era quase universal em 2006, com 97,6%, sem diferenças marcantes de gênero ou cor. A média de tempo de estudo da população também apresentou melhoras a cada ano. Por outro lado, o quadro era menos favorável, porém, para os adolescentes de 15 a 17 anos, faixa correspondente ao ensino médio, na qual a taxa de freqüência atingia apenas 47,1%.

A quantidade de jovens entre 10 e 15 anos trabalhando diminuiu, mas permanece o trabalho ilegal de crianças, que é concentrado no Nordeste. Entre os 2,7 milhões de trabalhadores entre 5 e 15 anos, 1,4 milhão estavam na atividade agrícola e aproximadamente 776 mil estavam ocupados na agricultura em estados nordestinos.

Com relação às mulheres, foi constatado que seu nível de escolaridade permanece maior do que o dos homens, havendo um aumento na diferença entre os dois grupos. Em 1996, entre as pessoas que freqüentavam estabelecimentos de ensino superior, 55,3% eram mulheres, número que aumentou para 57,5%, em 2006. As mulheres também têm menos filhos atualmente: a família média passou de 3,6 pessoas para 3,2. Apenas a fecundidade das mães adolescentes cresceu.

Algumas das outras conclusões apontam que o Rio Grande do Sul tem a menor taxa de fecundidade do país, que Alagoas possui a maior taxa de mortalidade infantil e que metade das famílias brasileiras ganhava menos de R$ 350,00 em 2006.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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