A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em baixa nesta sexta-feira sob influência dos mercados internacionais, depois do feriado da Revolução Constitucionalista ontem, em São Paulo, que manteve o mercado de ações fechado. Por volta das 11h50 o índice Ibovespa, principal referência do mercado nacional, caía 0,24%, a 49.059 pontos.
A tomada de posições continua refletindo o ambiente externo marcado pela aversão ao risco, que resulta em perda de valor para ações e commodities e aumento no preço do dólar e dos títulos americanos.
Além do dado que apontou déficit de US$ 25,96 bilhões na balança comercial de maio, nos Estados Unidos a agenda de indicadores tem o índice de sentimento do consumidor de julho, divulgado pela Universidade de Michigan.
Para um operador, o mercado deve continuar ruim depois da instabilidade vista ontem, quando houve uma “verdadeira gangorra das moedas”, segundo termos usados por ele, em reflexo ao encontro dos países ricos com os emergentes na Itália e da falta de sinais claros de retomada da economia.
Fatores domésticos
Do lado corporativo doméstico, a Brasil Foods, nome da nova empresa combinada entre Perdigão e Sadia, anunciou hoje oferta pública primária de 115 milhões de ações ordinárias (ON) no Novo Mercado, com esforços de colocação no exterior. A oferta compreende ainda lote suplementar de até 15%, ou seja de 17.250.000 de ações ON.
E termina hoje o prazo de reserva para as ações da oferta secundária que está sendo feita pela Light. A empresa está ofertando 26.791.345 ações no Novo Mercado. Na segunda-feira, será encerrado o procedimento de livro de ofertas e fixado o preço por ação.
Também na segunda-feira, termina o prazo da oferta da Hypermarcas. A fabricante de bens de consumo, que é dona de marcas como Assolan, Doril, Etti e Risqué, pretende vender 30 milhões de ações, sendo 20 milhões em emissão primária (novas ações, cujos recursos são usados para capitalizar a empresa) e 10 milhões em emissão secundária (ações já existentes, cujos recursos ficam para os vendedores).
O principal indicador da agenda brasileira foi a Pesquisa Industrial de Emprego e Salário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que, no entanto, não deve ter efeito na bolsa local, diante da ligação mais forte com os indicadores externos. O emprego industrial caiu 0,5% em maio, ante abril, na oitava queda consecutiva em relação ao mês imediatamente anterior apurada pelo IBGE.
Dólar opera em alta
No mercado cambial, o dia é de elevação da divisa dos EUA. Por volta das 11h50 o dólar comercial opera em alta de 0,80% frente ao real, negociado a R$ 2,007. Mais cedo, a moeda norte-americana chegou a subir quase 2%.
No exterior, o sentimento de aversão ao risco foi retomado hoje, com os investidores menosprezando dados bons referentes à economia francesa. Os números da produção industrial na França, melhores do que o esperado, chamaram a atenção dos analistas, mas não fizeram preço dos ativos. A produção industrial francesa subiu 2,6% em maio, na comparação mensal, superando a previsão de queda de 0,1%.
Na quinta-feira, o dólar comercial caiu 1,19%, para R$ 1,990 na compra e R$ 1,992 na venda. A formação da taxa ocorreu entre as mesas de bancos, uma vez que Bovespa e BM & F não operaram por causa de feriado em São Paulo.