Um dos principais órgãos de decisão da Coreia do Norte informou em comunicado, neste domingo, considerar que armas nucleares são a vida do país e não podem ser trocadas nem por bilhões de dólares. O texto, que foi divulgado pela agência de notícias Associated Press, reforça a retórica belicista do país, um dos mais isolados do mundo, contra a vizinha Coreia do Sul e o principal aliado dela, os EUA.
O comunicado afirma que as ogivas não são produtos por meios dos quais se pode obter dólares americanos ou barganhas políticas e que o regime irá se empenhar em melhorar a economia. Especialistas afirmam que Kim teme que o país aceite negociar o desarmamento nuclear em troca de ajuda econômica.
Conforme a Associated Press, o texto foi divulgado após uma reunião plenária da comissão central do regime da qual participou o ditador Kim Jong-un.
Na abertura da plenária, Kim defendera a ampliação "quantitativa e qualitativa" de seu arsenal nuclear para fazer frente aos EUA. O norte-coreano prometeu promover a economia e o desenvolvimento do potencial nuclear "de maneira simultânea".
Neste sábado (30), Pyongyang anunciou que está em "estado de guerra" com a Coreia do Sul e que negocia todos os temas entre os países com base nessa condição –as Coreias estão tecnicamente em guerra desde 1950, já que não houve um tratado de paz encerrando a Guerra da Coreia, apenas um armistício, em 1953.
No mesmo dia, o regime comunista ameaçou fechar uma importante zona econômica operada em conjunto com o Sul –o complexo industrial de Kaesong– que continua funcionando mesmo após o corte de canais de comunicação entre os dois países.
O regime norte-coreano ficou irritado com relatos da imprensa que diziam que a fábrica –que é operada com mão de obra do Norte e expertise do Sul– ficou aberta porque é uma das únicas fontes de renda do Norte.
Também neste domingo, a Coreia do Sul anunciou que realizará em abril manobras militares conjuntas com a Marinha dos EUA, em seu território.
Os problemas entre as Coreias foram reacesos pela aprovação de duas sanções da ONU (Organização das Nações Unidas) a Pyongyang por causa do lançamento de um foguete, em dezembro, e da realização de um teste nuclear, em fevereiro.
UOL-Notícias