Presidente disse que preço dos fertilizantes vai subir ainda mais e falta pode afetar produção de alimentos no Brasil
O presidente Jair Bolsonaro declarou na tarde desta quinta-feira (7), em evento sobre a modernização de normas de segurança e saúde no trabalho no Palácio do Planalto, que o Brasil terá problemas de abastecimento de alimentos no ano que vem, por causa da escassez de fertilizantes.
“Vou avisar um ano antes. Fertilizantes: por questão de crise energética, a China começa a produzir menos fertilizantes. Já aumentou de preço. Vai aumentar mais e vai faltar. A cada cinco pratos de comida no mundo, um sai do Brasil. Vamos ter problemas de abastecimento no ano que vem”, disse, no evento.
Por causa dessa provável escassez de fertilizantes, Bolsonaro disse que chamou o almirante Rocha, que comanda a Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República. O secretário afirmou que haverá um plano emergencial para mitigar o problema.
Pandemia
No evento, o presidente fez um discurso de cerca de 26 minutos e abordou diversos assuntos. Ele voltou a minimizar a fala em que comparou a Covid-19 a uma “gripezinha”, criticou a política de lockdown adotada por estados e municípios no auge da pandemia e questionou a necessidade de vacina para pessoas com menos de 20 anos.
Bolsonaro afirmou que “talvez” tenha sido o “único chefe de Estado do mundo” contra a política do “fique em casa e a economia a gente vê depois”. “Falei: tínhamos que enfrentá-la. É uma guerra. Ninguém vai ganhar a guerra dentro da toca. Ou na trincheira. Vai ter que sair da toca.”
O presidente também tentou justificar a afirmação feita em um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, em março de 2020. “Quando eu falei ‘gripezinha’, falei que era para mim. Foi num dia que falei à nação usando o meu espaço”, disse.
No pronunciamento, Bolsonaro declarou que, mesmo que fosse contaminado pelo novo coronavírus, teria poucos sintomas, devido ao seu “histórico de atleta” (veja vídeo acima).
No evento, o presidente questionou a necessidade de vacinação para jovens até 20 anos. Bolsonaro perguntou ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre o número de óbitos por Covid-19 nessa faixa etária. O próprio presidente respondeu à pergunta, dizendo que eram poucos, mas sem especificar o número.
“Então por que a vacina? Meu Deus do céu! Será que é um negócio que estamos vendo em jogo no Brasil e no mundo? É um negócio que ninguém tem coragem de falar? Porque politicamente não é bom falar, porque perde voto, perde simpatia, vão te chamar de negacionista, terraplanista. Vivemos na hipocrisia”, disse.
Fake news
O presidente também criticou a retirada de conteúdo da internet com informações falsas sobre vacinas contra a Covid-19. Segundo ele, informações que contrariam a imprensa ou determinados grupos políticos são rotuladas de “fake news”.
“O que é fake news? Fake news é o que você contraria a imprensa ou contraria o G7 [grupo de sete integrantes] da CPI. Você fala qualquer coisa suspeita sobre a vacina: ‘Ah, meu avô tomou a vacina e não passou bem’. Pronto, é derrubada a página”, disse.
R7