Veto do presidente ao projeto de Cultura ainda pode ser derrubado pelo Congresso Nacional
O presidente da República, Jair Bolsonaro, participou de uma missa na cidade de Bandeirantes, no interior do Paraná, no último sábado, 9. Acompanhado da esposa Michele e da filha Laura, Bolsonaro fez a primeira leitura da bíblia. Depois, em conversa com apoiadores, falou sobre a redução do limite de repasses da Lei Rouanet e sobre o veto feito ao projeto aprovado no Congresso Nacional que criaria a Lei Paulo Gustavo. Ele disse ter intenção de redirecionar o dinheiro do projeto para a agropecuária. Na noite da última sexta-feira, ele havia participado de uma feira agropecuária em Londrina, também no interior do Paraná.
“Agora aprovaram a lei Paulo Gustavo: R$ 4 bilhões para governadores aplicarem em cultura. O [governador] Rui Costa vai aplicar em que na cultura na Bahia? Naqueles figurões que ficaram fora da lei Rouanet. Nós estamos trabalhando aqui, estamos precisando de R$ 2 bilhões para as Santas Casas e R$ 3 bilhões mais ou menos para a gente acertar o final do agronegócio, das secas e todos os problemas que nós tivemos. Então, esse dinheiro podia, e pode perfeitamente, ir para lá. Se o pessoal mantiver meu veto, nós temos como resolver os problemas das Santas Casas, que fazem um trabalho excepcional e um volume muito grande perante as pessoas necessitadas e também dá uma sobrevida, sobrevida não, ajudar o nosso agronegócio, tendo em vista a seca que se abateu nos meses em especial na região sul”, comentou Bolsonaro.
O projeto que criaria a lei Paulo Gustavo pretendia direcionar R$ 3,8 bilhões para o setor de cultura, a fim de amenizar os impactos causados pela pandemia de Covid-19. Governadores e prefeitos decidiriam como aplicar esses recursos. O veto de Bolsonaro ainda pode ser derrubado no Congresso Nacional, apesar do presidente já ter anunciado a intenção de utilizar essas verbas para mitigar os impactos da seca no sul do país, que prejudicam a agropecuária, e também utilizar na manutenção dos serviços de saúde das Santas Casas.
O presidente também comentou a alta na inflação dos alimentos. Em março, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) bateu 1,62%, a maior taxa para este mês dos últimos 28 anos. “O mundo todo agora está numa inflação de alimentos grande, fruto da pós-pandemia, do ‘fica em casa e economia a gente vê depois’ e também pela questão da guerra da Ucrânia e Rússia. E o Brasil desponta no momento como o melhor país para investimentos, entre outras coisas. Lá fora inclusive já começa o desabastecimento. Aqui, dado ao agronegócio nosso, dado à política externa do Brasil também, que nós fomos na Rússia conversar com Putin, um dos assuntos mais importantes tratados foi a questão dos fertilizantes para vir para cá, estamos tendo uma inflação alta nos fertilizantes, que repercute na ponta da linha no mundo todo… E aqui é uma terra maravilhosa, ninguém tem o que nós temos no mundo todo, aqui é a nossa terra, é recuperar isso aqui e tocar o barco”, disse. O presidente ainda visitou de surpresa outra cidade do interior do Paraná, o município de Ibiporã. Ele rodou as ruas em cima de um veículo e parou pra comer um pastel com o prefeito da cidade, José Maria Ferreira (PR). Após o passeio, Bolsonaro retornou a Brasília.
*Com informações da repórter Paola Cuenca