Presidente voltou a defender adoção do voto impresso e disse que o Barroso “presta um desserviço à nação”
O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar nesta terça-feira (3) o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luis Roberto Barroso, em mais uma fala em defesa do voto impresso. Segundo ele, o ministro “presta um desserviço à nação” e é inimigo da Constituição.
“Se o Barroso acha que ele pode achar por cima do artigo 5º da Constituição, onde estão nossos direitos individuais, ele tá enganado. […] Eu li a Constituição, interpretei e respeito. Eu jogo dentro das quatro linhas da Constituição e o Barroso, tenho certeza, joga fora”, afirmou em conversa com apoiadores.
Ele diz que suas ameaças ao sistema eleitoral não são dirigidas ao STF (Supremo Tribunal Federal) ou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mas especificamente ao ministro Luiz Roberto Barroso. “Não é uma briga para demonstrar quem é mais macho, mas para demonstrar quem respeita ou não a nossa Constituição”, afirmou Bolsonaro. Segundo ele, Barroso tem uma dívida com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Não vai ser um homem que vai repetir mil vezes que a urna é confiável e essa mentira vai se tornar uma verdade”, disse Bolsonaro ao parafrasear uma publicação feita pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na semana passada em referência indireta à célebre frase de Joseph Goebbels, ministro da propaganda da Alemanha nazista de Adolf Hitler, que dizia que “uma mentira dita mil vezes torna-se verdade”.
Na fala com os apoiadores, Bolsonaro mostrou dois relatórios que, segundo ele, foram produzidos pela PF (Polícia Federal) para indicar a incapacidade de auditar a votação na urna eletrônica. “Vocês acreditam no relatório da PF ou no ministro Barroso?”, questionou. Na semana passada, no entanto, não apresentou provas de fraudes eleitorais como havia prometido em uma live com duração de duas horas.
“A alma da democracia é o voto e o povo tem que ter a certeza absoluta de que o voto dele foi para aquela pessoa. Não se pode ter dúvida disso e voto tem que ter a contagem pública”, afirmou Bolsonaro. Para o presidente, os próprios institutos de pesquisa não são confiáveis e apenas refletem o que as urnas “vão vomitar” após as eleições.
Bolsonaro ainda pediu um “último recado” do povo para sinalizar qual é o desejo a respeito do voto impresso e recordou que o presidente eleito em 2022 vai pode escolher mais dois representantes para o STF. “Já pensou mais dois ministros com a cabeça do Barroso?”, completou.