RESUMO DA NOTÍCIA
- Presidente citou “trabalho excepcional” do ministro da Justiça e afirmou que só concorrerá à reeleição se estiver “bem”
- Na última live do ano, Bolsonaro elogiou seus ministros e criticou adversários, como o governador do Rio de Janeiro
Por Marcos Tordesilhas
Jair Bolsonaro falou de diversos assuntos que marcaram seu primeiro ano na Presidência em sua última live semanal de 2019, nesta quinta-feira (26), transmitida no Facebook. Ele também elogiou vários de seus ministros, como Sérgio Moro, afirmando que o ex-juiz da Lava Jato faz um “trabalho excepcional” na pasta da Justiça.
Na sequência, o presidente afirmou que seu ministro “tem um potencial enorme”, o elogiou como um eventual candidato ao Planalto, colocando em dúvida sua tentativa de buscar a reeleição em 2022.
“O pessoal fala que o Moro é um eventual candidato a presidente. Se o Moro vier, que seja feliz. Vai estar em boas mãos o Brasil. Não sei se vou vir candidato em 2022. Se estiver bem, pode ser que eu venha; se não estiver, estou fora. E já cansei de dizer que têm milhares de pessoas melhores do que eu para disputar uma eleição”, declarou Bolsonaro na live.
O presidente alertou também para que os aliados evitem “aquele joguinho do fogo amigo”. “Senão vai entregar para a esquerdalha, como a Argentina fez. Aí vocês vão ver o que é bom para a tosse. Esses caras vão ficar 50 anos para sair daqui”, analisou.
Pouco depois, Bolsonaro falou sobre sua sanção ao pacote anticrime, que incluiu a criação da figura do juiz de garantias, acrescentada pelo Congresso e criticada por Moro, idealizador do projeto. A sanção do presidente a esse item gerou críticas até de seus apoiadores.
“Me chamaram de traidor, ‘não voto mais em você, você se aliou com a corrupção'”, reclamou Bolsonaro, dizendo aceitar as críticas que não o atingem de maneira pessoal. “O que me surpreende é o batalhão de internautas constitucionalistas, juristas, para debater o assunto. Tem muita gente falando abobrinha.”
“Sobre o juiz de garantias, eu não fiz trato com ninguém para vetar. É um absurdo eu falar ‘aprova aí que eu veto aqui’. É um contrassenso”, disse o presidente, negando que essa aprovação significa a criação de mais despesas. “Faz parte do orçamento que já é do judiciário.”
Durante a transmissão, Bolsonaro citou novamente o caso em que foi citado no inquérito que investiga a morte da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, criticando o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), e a TV Globo, que reproduziu a denúncia. “Tentaram colocar Marielle na minha conta, mas está na conta de quem? Da Justiça? Ou de outra autoridade que quer ser presidente da República?”, questionou, em alusão a Witzel.
YAHOO