As bolsas na Europa dispararam nesta segunda-feira, no primeiro pregão após o anúncio feito por ministros das Finanças da União Europeia (UE) de um pacote de emergência no valor de 500 bilhões de euros (cerca de US$ 650 bilhões) para fortalecer a moeda comum e evitar que a crise da dívida grega contagie outros países do continente.
As bolsas de Londres e Frankfurt registraram altas de mais de 5%, a de Paris chegou a mais de 8%. O euro superou a marca de US$ 1,30, depois de cair, na semana passada, para o seu valor mais baixo dos últimos 14 meses (US$ 1,25). Os mercados se surpreenderam com a dimensão do pacote de ajuda acordado pela UE.
Os 16 membros que utilizam o euro terão acesso a 440 bilhões de euros provenientes de um Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira, e a outros 60 bilhões euros de recursos da Comissão Europeia (CE), o braço executivo do bloco. O pacote de estabilização será engrossado pelo FMI, que contribuirá com cerca de 250 bilhões para fortalecer a moeda comum contra as adversidades financeiras geradas pela crise grega.
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou que comprará títulos privados e públicos dos países da zona do euro para “garantir liquidez naqueles segmentos do mercado que estão problemáticos”. “Defenderemos o euro a qualquer custo”, disse o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Olli Rehn.
O euro tem perdido valor na medida em que investidores temem que a crise da dívida grega se espalhe para outros países que o utilizam, como Portugal e Espanha. No domingo, o banco central americano, o Federal Reserve, anunciou que reiniciará um intercâmbio de moedas com alguns dos principais bancos centrais do mundo (europeu, britânico, suíço, japonês e canadense) para “melhorar as condições de liquidez em dólar nos mercados e evitar o contágio”.
Grécia Entretanto, os investidores ainda estão preocupados com o tamanho dos aportes para o pacote europeu de emergência e os problemas estruturais de longo prazo na zona do euro. Na sexta-feira, os líderes dos países da zona do euro aprovaram um pacote de empréstimo de 110 bilhões de euros para a Grécia. Só neste ano, o país terá também acesso a mais de US$ 50 bilhões do FMI e de países europeus combinados.
O FMI calcula que o pacote permitirá que a Grécia não precise pegar novos empréstimos no mercado por dois anos, tempo para a economia do país se fortalecer. “O FMI vai fazer a sua parte, no interesse da comunidade internacional, para enfrentar os desafios atuais”, disse o diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn.
Entretanto, para ter acesso às medidas, o governo do país teve de concordar com um pacote de austeridade altamente impopular. Na semana passada, protestos contra os planos de aperto deixaram três mortos na capital, Atenas.
IG/Ult.Seg/BBC