O vendedor Antônio Alves, de 52 anos, preso anteontem sob acusação de abusar sexualmente de cinco meninas com idades entre sete e 10 anos, trocava favores sexuais por pedaços de bolo, balas e outras guloseimas, tudo considerado insignificante diante do abalo psicológico que as vítimas tiveram. A polícia descobriu que ele, além de abusar sexualmente, ainda fazia uma espécie de “aquecimento”, colocando filmes pornográficos para as crianças num DVD.
Os abusos sofridos pelas meninas – todas suas vizinhas – teriam ocorrido no início deste ano e sempre na casa do vendedor. As mães disseram à polícia que confiavam nele, uma vez que era vizinho e também tinha filhos. As vítimas confirmaram que aconteceu mais de uma vez, mas sem haver penetração.
O abuso foi denunciado através do telefone 100, que é gratuito. Em junho, o caso chegou até a Delegacia de Defesa da Criança e do Adolescente (Deddica) onde a delegada Liliane Santos instaurou inquérito e começou a ouvir as vítimas e familiares.
A denúncia só ocorreu porque o vendedor teria dado preferência a uma delas e as demais não gostaram e contaram para as mães. O vendedor é pai de quatro meninos, todos com idade abaixo de 10 anos. O relato das meninas impressionou os policiais devido à ingenuidade das vítimas.
De acordo com a delegada, as mães das crianças, vizinhos e a esposa do acusado foram ouvidas e as vítimas, submetidas a entrevistas com psicólogos da Deddica, que emitiram relatório apontando a prática dos atos. “As crianças são todas coerentes nas afirmações do que Antonio fazia com elas”, frisou.
Assim que soube da denúncia, o vendedor desapareceu do bairro, sendo representado pelo seu advogado. Com provas suficientes da participação de Antônio Alves, a delegada solicitou a prisão preventiva dele, decretada no início da semana pela 4ª Vara Criminal de Cuiabá.
“Assim que tivemos informação de que ele (Antônio Alves) estava em Cuiabá, solicitamos de seu advogado que o apresentasse na delegacia. Assim que chegou, cumprimos o mandado de prisão”, acrescentou a delegada.
Em seu depoimento, o vendedor negou que tivesse praticado algum abuso sexual contra as crianças. Alegou que cuidava das meninas, sem fazer nada de anormal. Assim que terminou o depoimento, ele foi encaminhado para uma unidade prisional da Grande Cuiabá, ficando à disposição da Justiça.