O ministro de Desenvolvimento Rural da Bolívia, Hugo Salvatierra, lidera a delegação do governo enviada a Charagua, perto da estação de controle Parapeti, a 630 quilômetros de Santa Cruz, onde a APG ameaça fechar a válvula deste sexta-feira. O gasoduto é responsável pelo fluxo de 40% dos 26 milhões de metros cúbicos de gás que a Bolívia exporta diariamente para o Brasil.
Mariana Dupleich, da estatal de petróleo boliviana YPFB, disse à agência governamental de notícias da Bolívia ABI segunda-feira que tinha certeza de que o fluxo de gás ao Brasil não seria prejudicado com a ocupação do gasoduto. Ele também garantiu que os índios não fechariam a válvula, embora não tenha explicado por que estava certo disso.
Em 2005, a Transierra concordou em investir US$ 9 milhões nas comunidades guaranis por 20 anos a título de pagamento pela utilização das terras indígenas para passar o gasoduto. A empresa é constituída em consórcio pela Petrobras, a hispano-argentina Repsol-YPF e a francesa Total SA e dispendeu cerca de US$ 255 mil em projetos locais. Os representantes guarani, no entanto, dizem-se insatisfeitos com os investimentos e querem administrar os recursos eles mesmos. Aproximadamente 300 índios ocupam o local.