O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, venceu hoje uma votação crucial para sua proposta de adotar um novo sistema de defesa de mísseis nucleares no valor de US$ 40 bilhões.
O plano de Blair, que contempla a substituição de quatro submarinos nucleares Trident, enfrentou uma rebelião entre deputados de seu próprio partido, o Trabalhador, que alegam que a medida prejudicará os esforços de coibir as ambições do Irã e de outros países.
O primeiro-ministro deixará seu cargo dentro de meses e ele acredita que a Grã-Bretanha deve renovar seu arsenal atômico, argumentando que por mais que não exista nenhuma ameaça terrorista, abandonar as armas nucleares seria um erro devido às ameaças em potenciais vindas principalmente do Irã e da Coréia do Norte.
Opositores disseram que a Grã-Bretanha iria minar as esperanças da comunidade internacional de acabar com as armas nucleares, mas Blair rebateu o argumento.
“Não há nenhuma prova de que, se a Grã-Bretanha renunciar agora a seu arsenal nuclear, haveria maiores chances de ser firmado um acordo multilateral de desarmamento. Acho que a hipótese contrária é a mais provável”, disse o premiê ao Parlamento.
Entre os países do Conselho de Segurança da ONU, considerados potencias nucleares pelo tratado de não-proliferação, a Grã-Bretanha é o que possui o menor arsenal.
O governo britânico deseja gastar até 20 bilhões de libras (39 bilhões de dólares) na construção de três ou quatro submarinos para substituir os atuais, argumentando que precisa agir rapidamente a fim de conseguir realizar essa substituição a tempo.
A proposta recebeu 409 votos a favor e 161 contra.