A perspectiva de mudança no cenário político acendeu uma chama no segmento religioso. Presidente do Conselho de Ministros Evangélicos de Mato Grosso por duas vezes, o Bispo Sérgio Aguiar (PTC), se dispôs a concorrer ao cargo de Senador da República na chapa alternativa que vem sendo construída pelo jornalista José Marcondes Muvuca (PHS), que é pré-candidato ao governo do estado de Mato Grosso nas eleições deste ano.
Com forte atuação no segmento evangélico, Aguiar acredita que o engajamento na militância política pode mudar o quadro que está aí "Creio que a população brasileira vem passando por um processo de maturação no sentido de se tornar um povo mais politizado. Isso significa que o tempo do coronelismo e voto de cabresto está chegando ao seu fim", prega.
Outro motivo que o impulsiona a se lançar candidato é ver os jovens saindo as ruas e o povo expressando sua insatisfação com os rumos políticos que os atuais governantes e legisladores estão dando. "Acredito que o mundo mudou e esquecemos de reciclar e mudar nossos políticos, que estão na maioria parados no tempo se preocupando apenas com o enriquecimento ilícito e desvio de dinheiro publico", critica. Para o Bispo, é preciso levantar uma nova geração de legisladores e governantes comprometidos com as transformações que o Brasil precisa.
Apesar de ser um grande desfio o enfrentamento da velha política e mandonismo dos coronéis, Aguiar diz que é preciso coragem para buscar superar a cultura das eleições que hoje se fundamenta nas grandes fortunas. "Foi colocado na mente das pessoas durante muitos anos que elas deveriam votar em quem demonstrasse maior poder aquisitivo e oferecesse dinheiro para comprar os votos. O problema é que 50 reais não resolve o problema de ninguém e quem compra só tem o compromisso de voltar daqui a 4 anos.", enfatiza.
A criação de uma chapa alternativa é vista pelo Bispo como oportunidade para o eleitor ter mais uma opção de voto. Em tempos de operações da Polícia Federal, fica claro que aqueles que gastam fortunas em suas campanhas precisam depois resgatar esse dinheiro. O que está sendo revelado é que esse dinheiro sai – via de regra – dos cofres públicos. "Por isso é muito importante que o nosso povo não fique limitado e obrigado a votar em dois ou três grupos políticos. A democracia permite que todos possam passar pelo processo de avaliação popular" diz.
Crente que está na hora de mudanças, o Bispo se engajou na construção de uma aliança alternativa que leve para estas eleições a ideia de renovação na política. "O povo quer mudanças reais e só se muda com pessoas diferentes".