São mais de 300 vagas de aprendizes, com direito a bolsa auxílio, para os cursos de Processos Logísticos e Administração, distribuídas em 12 turmas, realizadas em nove cidades do estado
As indústrias de Bioenergia de Mato Grosso, representadas pelo Bioind MT e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Mato Grosso (Senai MT) lançam, na próxima semana, o programa de aprendizagem Mais Possibilidades (+Possibilidades) para formação profissional de cerca de 300 pessoas com deficiência (PCDs) no estado. As vagas serão distribuídas em 12 turmas, executadas ao longo de 12 meses, em 10 cidades de Mato Grosso.
O programa tem o objetivo de promover a inclusão de pessoas com deficiência, por meio de formações profissionais para um público que tem acesso restrito à educação e, consequentemente, menor espaço no mercado de trabalho. O Brasil tem 17 milhões de pessoas com deficiência e, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), compilados pelo Observatório da Indústria de Mato Grosso, o estado conta com 168 mil pessoas e, desse total, apenas 20% completaram o ensino médio.
Desde 1991, a Lei de Cotas (art. 93 da Lei 8.213/91) garante a entrada de PCDs no mercado de trabalho, mas a falta de preparo de algumas empresas e as poucas opções de espaços para educação especializada colaboram para que o índice de desemprego dessa categoria aumente. Segundo a lei, as empresas que possuem 100 trabalhadores ou mais devem preencher pelo menos 2% dos cargos para pessoas com deficiência, enquanto as que possuem mais de 1000 funcionários, a reserva precisa ser de 5% dos cargos.
A coordenadora de Inclusão e Responsabilidade Social do Senai, Denise Molina, explica que os responsáveis pelas pessoas com deficiência têm receio de deixar seus filhos fora da rede de proteção familiar. “Nós entendemos que os familiares querem evitar que os jovens sofram mais dificuldades. Mas quando essas pessoas são incluídas no universo profissional e se sentem mais produtivas e autônomas, elas se tornam protagonistas das suas histórias. Todos ganham com a inclusão”, disse.
As vagas serão abertas para as seguintes cidades: Sorriso, Lucas do Rio Verde, Barra do Bugres, Nova Olímpia, Tangará da Serra, Mirassol do Oeste, Sinop, Lambari do Oeste, Nova Mutum e Campos de Júlio. O curso terá duração de um ano, sendo seis meses de estudo nas unidades do Senai, além de atuação prática nas indústrias. Os alunos terão direito a bolsa de aprendizagem e, enquanto estiverem estudando, não perdem o Benefício de Prestação Continuada (BPC), do Governo Federal.
Na avaliação da diretora-executiva do Bioind-MT, Lhais Sparvoli, o programa promove inclusão e contribui com a qualificação de pessoas com deficiência, além de fazer com que as empresas consigam cumprir a legislação.
“A grande missão é ampliar a formação profissional das pessoas com deficiência nas áreas de gestão e logística, promovendo a inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho, em diferentes municípios de Mato Grosso, com uma ação articulada entre o SENAI MT, o Bioind e suas indústrias filiadas”, pontua.
As indústrias que receberão os aprendizes são: Agropecuária Novo Milênio, ALD Bioenergia, Barralcool Destilaria, Cana Nova Agropecuária, Coprodia, Gurpo AYSÚ, Destilaria de Álcool Libra Ltda, FS Fueling Sustainability, Inpasa Agroindustrial, Safras Armazens, Safras Industria e Comercio de Biocombustíveis, Sipal Indústria e Comércio, Tirolesa Agropecuária, Usimat Destilaria de Álcool, Usina Barralcool e Usinas Itamarati.
Indústria de etanol em Mato Grosso bate recorde de produção
A indústria de etanol de Mato Grosso é uma das que mais cresce no Brasil. Hoje o estado é o terceiro maior produtor do país, atrás apenas de São Paulo e Goiás, mas com previsão de chegar a segunda colocação nos próximos anos. Mato Grosso produziu 4,2 bilhões litros de etanol na safra 22/23 e prevê aumento de 1 bilhão de litros para a próxima safra.
Além do etanol, a indústria registrou um número considerável na produção de DDGs, grãos secos de destilaria, utilizados para nutrição animal. Em relação ao insumo, que é originado a partir de milho, foram produzidos 1,6 milhão de toneladas nesta safra 2022/2023 e para a próxima safra 2023/2024 a estimativa é de que esse valor chegue a 1,8 milhão.
Quanto à moagem de milho para a produção de etanol, a previsão é que nesta safra seja registrado o patamar de 7,29 milhões de toneladas, enquanto para a safra 2023/2024 a devem ser moídos um total de 9,35 milhões de toneladas. Já em relação à cana, foram 15,9 milhões de toneladas moídas, na última safra, e, para 23/24, esse número deve chegar a 16,6 milhões.
Serviço: Lançamento oficial do “Mais Possibilidades”
Data: 01/06/2023
Horário: A partir de 15h30
Local: Centro de Eventos Fatec Senai, localizada na Av. XV de Novembro no bairro Porto em Cuiabá/MT
Sobre a FS
A FS é a primeira indústria de etanol do Brasil que utiliza milho em 100% da produção. Hoje, com três unidades, em Lucas do Rio Verde, Sorriso e Primavera do Leste, todas no estado de Mato Grosso, a empresa tem capacidade para produzir cerca de 2 bilhões de litros de etanol por ano. Além disso, conta com tecnologia de ponta para a fabricação de produtos para nutrição animal, conhecidos pela sigla DDG (Dried Distillers Grains), óleo de milho e bioeletricidade. A companhia está em processo de expansão que visa a atingir capacidade produtiva de 5 bilhões de litros de etanol por ano, até 2026. A FS prioriza a sustentabilidade e nela investe constantemente, com o objetivo de consolidar a agenda de desenvolvimento sustentável e fortalecer seus compromissos de longo prazo com a sociedade. A empresa desenvolve um conjunto de ações em torno de seis compromissos de longo prazo (até 2030), criados em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) e o Acordo de Paris. Uma dessas ações estuda a implementação do sistema BECCS – Bioenergy with carbon capture and storage (Bioenergia com captura e estocagem de carbono), que pode torná-la uma das cinco empresas do mundo e a primeira do RenovaBio a utilizar BECCS, e fazer ainda com que alcance pegada negativa de carbono.
