A cadeia produtiva do biodiesel, como alternativa de combustível renovável, foi o tema da audiência pública realizada na Assembléia Legislativa. A audiência é de autoria dos deputados José Riva e Eliene Lima, ambos do PP, e contou com representantes de vários órgãos estaduais e municipais.
Na opinião do primeiro secretário José Riva, a atual estrutura nacional de produção de biodiesel pode ser caracterizada como incipiente e fortemente baseada em experiências como plantas-piloto, o que resulta num volume de produção bastante reduzido.
“O biodiesel é uma das alternativas do futuro proporcionando também geração de empregos, através da cultura do pinhão manso”, explicou.
Segundo dados do Ministério da Agricultura, o pinhão manso é um arbusto pequeno que pode alcançar uma altura entre três e seis metros. Depois de um ano de vida pesa em torno de 200 quilos de biomassa por planta e contém aproximadamente 25% de matéria seca.
De acordo com o parlamentar Eliene Lima, o biodiesel traz várias vantagens à natureza e Mato Grosso oferece uma enorme expansão para esse investimento. “Ele evita acumulo de resíduos na atmosfera, vai gerar empregos e teremos novas plantações preservando ainda o meio ambiente”, destacou Eliene.
Outro aspecto observado foi relacionado aos estudos desenvolvidos pelos Ministérios do Desenvolvimento agrário, Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que mostram que a cada 1% de substituição de óleo diesel por biodiesel, produzido com a participação da agricultura familiar, pode garantir a geração de cerca de 50 mil empregos no campo.
O evento contou também com as participações dos deputados petistas, Ságuas Moraes e Verinha Araújo, e ainda com o parlamentar Alencar Soares e vários prefeitos, proporcionando um estudo maior sobre o tema para detectar onde os agricultores mato-grossenses poderão investir em novas plantações para o biodiesel.
A audiência tratou também de assuntos pertinentes à lei 8.503, de 09 de junho deste ano, de autoria do deputado Riva, e teve como principal meta debater a diminuição da emissão de gás poluente na atmosfera e tornar o Estado um pólo de difusão e pesquisa sobre combustíveis renováveis.
O biodiesel pode ser produzido a partir de gorduras animais ou de óleos vegetais, existindo dezenas de espécies vegetais no Brasil que podem ser utilizadas, tais como mamona, dendê (palma), girassol, babaçu, amendoim, pinhão manso e soja, dentre outras.
Para Ságuas Moraes, o estado de Mato Grosso é um potencial que precisa ser melhor explorado através da biodiversidade. O deputado argumenta que a exploração dessas culturas para o combustível renovável vai colocar o Estado como uma das fontes de geração de novos empregos.
“O programa é extremamente viável em Mato Grosso. Vamos avançar ainda mais neste aspecto”, ressaltou Ságuas.
Aproveitando o tema, nos últimos meses, Riva vem realizando seguidas reuniões no Estado para estimular produtores rurais para o plantio de pinhão manso. Um desses exemplos é o produtor Salim Abdala, que vem investindo na oleaginosa há alguns meses e se diz satisfeito com a plantação.
“O pinhão ainda está em fase de plantação e resolvi investir nessa cultura porque é a que mais produz óleo para o biodiesel. É a cultura mais rentável para o pequeno produtor”, afirmou Salim.