Análises iniciais dos manuscritos e arquivos de Osama bin Laden coletados em sua casa em Abbottabad, no Paquistão, mostram que o terrorista planejava um novo ataque aos moldes do 11 de setembro para forçar os EUA a se retirarem do Oriente Médio, revela reportagem do jornal britânico “Guardian”.
Autoridades do governo americano informaram ao diário que o material contém recomendações do chefe da Al Qaeda de que pequenos ataques não teriam o efeito necessário.
O objetivo seria causar um impacto com semelhante número de mortes aos ataques às torres gêmeas, em 2001, para tentar forçar uma mudança na política externa americana na região.
Segundo o “Guardian”, os arquivos de Bin Laden podem ser comparados a uma “pequena biblioteca escolar” e incluem “cinco computadores, cerca de cem pen drives e um diário escrito a mão”.
Entre as recomendações do líder da rede terrorista estavam a de não focar somente em cidades como Nova York e passar a incluir metrópoles de menor porte, além de não ter como objetivo somente aviões, mas sim trens.
RÚSSIA
Mais cedo, o presidente russo, Dmitri Medvedev, disse que a morte de Osama bin Laden é benéfica para a segurança da Rússia, segundo a agência de notícias estatal Itar-Tass.
“Acabar com terroristas, mesmo aqueles importantes como Bin Laden, tem relação direta com o nível de segurança no território do nosso Estado”, afirmou Medvedev.
Foi o primeiro comentário oficial do governo russo sobre o assassinato do líder da Al Qaeda por forças especiais dos EUA no Paquistão no dia 1º de maio.
Bin Laden vinha sendo rastreado por agentes da CIA desde 2007 e foi encontrado escondido em uma casa em Abbottabad, a cerca de 110 km de Islamabad.
“Não é segredo que a famosa rede terrorista Al Qaeda manda regularmente os seus emissários para o nosso território”, disse Medvedev durante uma reunião do seu Conselho de Segurança.
A Rússia enfrenta insurgência na região do Cáucaso após duas guerras entre forças do governo e separatistas tchetchenos desde 1994.
O ataque mais recente, contra um aeroporto em Moscou, foi reivindicado pelo líder rebelde tchetcheno Doku Umarov. O atentado deixou 36 mortos e 180 feridos no dia 24 de janeiro.
Medvedev garantiu que rebeldes relacionados com a Al Qaeda estiveram envolvidos em ataques a grandes cidades russas.
Antes da declaração, a única manifestação do Kremlin sobre o assassinato foi uma nota divulgada no dia 2 de maio, que classificou a morte de Bin Laden como “um sucesso muito importante” e acrescentou “a vingança é inevitável para todos os terroristas”.
F.COM